Agressor depõe sobre tapa em adolescente Laudo do IML apontará gravidade da lesão sofrida por garoto em lanchonete de Boa Viagem

Publicação: 24/05/2018 09:00

O promotor de vendas Wenceslau dos Santos, 37 anos, que foi filmado agredindo um adolescente de 17 anos dentro de uma lanchonete da rede McDonald’s em Boa Viagem, no feriado de 1º de maio, prestou depoimento à polícia sobre o caso, pela primeira vez, na manhã de ontem. O suspeito compareceu ao Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA), no bairro da Madalena, onde foi interrogado por cerca de três horas, e saiu sem dar declarações à imprensa. O inquérito foi aberto no dia 4 de maio, quando os pais do jovem prestaram boletim de ocorrência.

O investigado depôs, acompanhado de sua advogada, a respeito da denúncia de lesão corporal leve motivada pelo tapa que deu no garoto. O ataque teria ocorrido depois de Wenceslau se irritar com um grito dado pela vítima, dentro da lanchonete, que supostamente assustou a filha dele.

Um laudo do IML vai indicar o tipo específico de lesão provocada pela agressão. Dependendo do resultado, que deve sair dentro de um mês, o caso pode seguir como termo circunstancial de ocorrência, como são tratados os crimes de menor potencial ofensivo, ou inquérito policial comum.

Durante o interrogatório, Wenceslau disse que se arrepende do que fez. Já sua advogada ressaltou que foi um ato provocado por uma situação de estresse. “Em proteção a uma menor, sua filha, ele reagiu a uma sucessão de fatos, e não apenas a um grito dado pelo rapaz. Ele não tem nenhum tipo de distúrbio, não utiliza medicações. Foi um ato de estresse que pode acontecer com qualquer um de nós”, afirmou Isabela Mota. Ela nega que Wenceslau seja policial, como foi compartilhado nas redes sociais. “Ele é casado, tem dois filhos e trabalha em uma empresa particular”, destacou.

De acordo com a advogada, o termo “veado”, que pode ser ouvido no vídeo, não foi dito por Wenceslau. “No momento ele estava em discussão com o garoto. Então não tinha como discutir e proferir o termo ao mesmo tempo, e as imagens mostram isso. Durante o depoimento foram esclarecidas várias coisas, inclusive que não existiu a questão homofóbica”, afirmou a defensora.

As imagens da McDonald’s localizada na Rua Artur Muniz, onde o caso aconteceu, já foram entregues à polícia. A ação também foi filmada por clientes e ganhou grande repercussão nas redes sociais. De acordo com a advogada de Wenceslau, ele e sua família vêm sofrendo ameaças. “A família do meu cliente está sendo completamente atingida. Foi um ato unicamente praticado por ele e quem está pagando são os filhos e a esposa. Ele está recebendo ameaças de um cunho muito grave”, afirma.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que o conteúdo do depoimento é sigiloso e que não existe prazo para conclusão do inquérito. “O delegado responsável pelas investigações, Ademir Oliveira, aguarda o laudo pericial do Instituto de Criminalística, que deverá apontar se a lesão decorrente da agressão é leve ou grave”, informou o órgão.