Diario urbano

por Jailson da Paz
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Publicação: 01/05/2018 09:00

Quedas anunciadas

O desabamento parcial de dois casarões da Rua da Matriz reforça o temor de quem acompanha a degradação do patrimônio arquitetônico da Boa Vista. No bairro onde três pessoas ficaram feridas ontem, fachadas com rebocos aos pedaços e telhados decadentes estão à vista. À espera de obras urgentes. Algumas requeridas judicialmente pelo município, mas amarradas a disputas de heranças e à burocracia. Enquanto os processos se arrastam, tragédias se prenunciam. Ontem foram três feridos e quatro imóveis interditados na Rua da Matriz. Em 2006, sete mortos e sete feridos na queda do imóvel 201 da Rua Velha. Entre os mortos, três crianças, filhos de sem-teto que ocuparam o casarão. Em 2016, o casarão 189 da Rua da Glória foi derrubado. A demolição ocorreu após o prédio, no ano anterior, ter  caído parcialmente devido às chuvas, e ser interditado. Quando caiu, por sorte, ninguém morava nele, ocupado mais de uma vez por sem-teto. Por trás desse processo, um proprietário notificado e multado várias vezes. Nem assim, ele descruzou os braços. Sinal de que os meios adotados até o momento, sejam os punitivos sejam os de políticas públicas, não  são suficientes para reverter os riscos a que os imóveis históricos estão sujeitos.

Esperando peixes
Teve quem duvidou, mas a dúvida sumia quando se olhava cuidadosamente para a caixa jogada nas pedras da Praia do Carmo, em Olinda. Era a carcaça de um freezer horizontal. O equipamento, com pontos de ferrugem, talvez esperasse o pescado dos barcos.

Vagas baratas
De portões escancarados, resultado do abandono, o Caic do Cabo de Santo Agostinho, na Torrinha, tornou-se estacionamento barato. Condutores de carros e motos deixam os veículos aos cuidados de flanelinhas. Pagam, quando querem, R$ 1 ou R$ 2.

Novo calendário
Comerciantes da Rua do Peixoto, em São José, pensam em criar um calendário de enchentes. Neste mês, contabilizaram três. A água, como ontem, ultrapassa 30 centímetros de altura, formando-se ondas à medida que veículos maiores se deslocam. Melhor, segundo alguns, é fechar as lojas nestes dias, pois clientes não aparecem.

Esponja da vila
Afirmam moradores da Rua Esponja, em Vila Rica, Jaboatão dos Guararapes, que o nome do logradouro é perfeito. Ao menos, para um dos lados. O piso de terra batida, que bebe a água das chuvas, fica macio e escorregadio. Um perigo para os idosos.

Automóvel recolhido
O veículo abandonado na Rua Bartolomeu de Gusmão, no bairro da Madalena, segundo denunciou o Diario Urbano, foi recolhido pela CTTU e encaminhado ao depósito do Detran-PE. Sob o carro abandonado, com pneus baixos, o matagal crescia.

Mudança de tempo
A mudança na sinalização da Rua Madre de Deus desnorteia os motoristas acostumados a disputar vagas de estacionamento no Bairro do Recife. De cinco horas, a permanência do Zona Azul, no trecho entre a Avenida Rio Branco e Rua Álvares Cabral, caiu para duas horas. Agora é proibido estacionar. Parou, multa. No último domingo, umas vinte.

Pilhas e baterias
Enfim, as ações para se implantar a logística reversa de pilhas e baterias portáteis começaram a sair do papel no estado. A Secretaria de Meio Ambiente e seis instituições firmaram um termo de compromisso que entra em vigor em julho. No primeiro ano da parceria, a meta é criar 120 pontos de coleta, chegando a 135 em três anos.