Morre terceiro policial atropelado pelo metrô Polícia Militar decretou luto oficial por três dias pela morte do soldado Clécio Fagner Nascimento

Publicação: 22/05/2018 09:00

A terceira vítima do acidente nos trilhos do metrô, no último dia 15, faleceu ontem. O soldado Clécio Fagner Santos do Nascimento, 36 anos, era um dos sobreviventes.  Ele deu entrada no Hospital da Restauração (HR) com traumatismo craniano e uma lesão grave na coluna. Passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. O comandante da Polícia Militar, coronel Vanildo Maranhão, decretou luto oficial de três dias pela morte. O sepultamento também terá honras militares, mas os detalhes serão definidos após a família ser consultada.

Ontem, o titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, Paulo Jean, iniciou as ouvidas. Ele colheu o depoimento de um policial militar, que faz parte da equipe, mas que no dia da ocorrência estava de folga. O delegado informou que está aguardando o resultado das perícias. Hoje serão ouvidos funcionários da CBTU. Amanhã também estão previstas outras ouvidas. Na prática, apenas o inquérito da Polícia Civil irá apontar as responsabilidades. A Polícia Militar designou um oficial para apurar o caso para acompanhamento interno da corporação, e ele terá 30 dias para concluir os trabalhos. Já a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) iniciou uma apuração interna comandada pela comissão de acidentes da própria CBTU composta por 14 membros. Eles não têm prazo para concluir a apuração.

No acidente, outros dois policiais, também atropelados pelo trem, morreram: o sargento Eneias Sena, 40 anos, e o cabo Adeíldo Alves, 40 anos, sepultados com honras militares no último dia 16, no cemitério de Santo Amaro. Dos quatro policiais que foram atender uma ocorrência nas imediações da comunidade do Papelão, entre as estações Joana Bezerra e a central do Recife, apenas o soldado Luciano Antônio Silva, escapou  e seu estado é estável. Ele foi internado no Hospital da Polícia Militar e permaneceu consciente. Ele será uma testemunha fundamental nas investigações.

OCORRÊNCIA
Duas viaturas do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) do 16º Batalhão da Polícia Militar recebeu uma ocorrência do CIODS para atender um chamado nas imediações da linha do metrô. Apenas os policiais que estavam dirigindo ficaram nas viaturas. Os outros quatro pularam o muro do metrô para verificar a denúncia de que haveria um assassinato nos trilhos. No local, sem o conhecimento da direção do metrô, os policiais ficaram expostos em um dos trechos mais perigosos da ferrovia e acabaram vítimas de um acidente, classificado como fatalidade pela Polícia Militar.

Na passagem de dois trens, em sentidos contrários, eles teriam pulado para um dos trilhos ao perceber a aproximação de um dos trens, mas acabaram sendo atingidos por trás, pelo segundo trem, que eles não teriam visto. Um procedimento padrão é reduzir os farois na ultrapassagem. A versão será apurada nas investigações. Enquanto isso, o maquinista que guiava o trem que atropelou os policiais está afastado das funções para atendimento psicológico. A CBTU preferiu não divulgar o nome dele.