TAMARINEIRA » Motorista depõe sobre crime de trânsito

Publicação: 22/05/2018 09:00

O universitário João Victor Ribeiro de Oliveira Leal, 26 anos, preso por triplo homicídio doloso e dupla lesão corporal grave provocados em um acidente de trânsito em novembro de 2017, na Tamarineira, foi ouvido, ontem, durante a segunda e última audiência de instrução na no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano. A decisão sobre a realização de um eventual júri popular do réu, que dirigia bêbado, acima da velocidade e cortou o sinal vermelho, deve ser tomada até  julho.

Além do réu, a juíza Fernanda Moura ouviu uma testemunha convocada pela defesa de João Victor. O homem, um amigo da família, falou sobre outra acusação que recai contra o universitário: a de que teria tentado atropelar o vigilante de um posto de combustível em Olinda, em outubro de 2017. A sessão durou duas horas.

Em seu depoimento, João Victor voltou a falar que bebeu em dois bares e disse não se lembrar do que aconteceu após pegar o carro. Quanto à outra acusação, referente ao posto de combustível, a testemunha disse que ouviu do vigilante que teria matado o universitário se estivesse armado no momento da confusão.

“O caso da Tamarineira foi crime de trânsito e, por isso, não queremos júri popular. A defesa quer julgar como a lei determina. Esse tipo de crime é julgado pelo que determina o Código de Trânsito Brasileiro e porque com João Victor seria diferente? Não foi intencional. Ele não conhecia as vítimas, não saiu para matar”, destacou a advogada do réu, Andresa Salustiano.

Segundo o advogado de acusação Marcelo Pereira, da parte da família da babá Roseane Maria de Brito Souza, 23, uma das vítimas fatais, o réu fez alegações “frágeis e contraditórias” no depoimento. João Victor foi interrogado por cerca de uma hora e teria chorado enquanto falava. “Ele estava tranquilo e não percebi arrependimento, mas sim uma preocupação com as consequências sobre ele, e não sobre as vítimas”, afirmou Pereira.

O MPPE, a assistência de acusação e a defesa têm dez dias para apresentarem as alegações finais por escrito. Depois disso, a juíza decidirá se o réu será submetido a júri popular. Na primeira audiência, ocorrida no último dia 7 de maio, prestaram depoimento 14 testemunhas de acusação e nove de defesa.

As penas por triplo homicídio com dolo eventual correspondem às mortes da funcionária pública Maria Emília Guimarães, 39, do filho dela, Miguel Neto, 3 e da babá. Foram somadas lesões corporais graves no advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, 46, e na filha dele e de Maria Emília, Marcela Guimarães da Motta Silveira,5 anos. As penas podem chegar a 70 anos.