Corredor favorece bairros do entorno

Publicação: 20/07/2018 03:00

A dona de casa Tânia Oliveira Paiva, 62 anos, mora há quase 40 anos na Rua Rigueira Costa, no bairro do Rosarinho, Zona Norte do Recife. Ela lembra quando a rua não era asfaltada e mal passava um carro. Hoje, o trânsito a desperta antes da 6h e é ainda pior no período letivo. A rua onde mora também faz ligação com a Avenida Norte, um dos principais corredores de tráfego da cidade. Mas não foi apenas a rua dela que assistiu ao tráfego crescer. O bairro vem mudando de paisagem nos últimos anos e as residências passaram a dar lugar a grandes edificações e com elas mais carros nas ruas.

“Já tentaram comprar a casa para fazer prédio aqui. Meu marido nunca quis e mesmo depois que ele morreu nunca tivemos interesse. Nós estamos cercados por prédios, mas morar em casa e ter espaço para os netos não tem preço”, contou dona Tânia. A mudança de perfil do bairro também é sentida por moradores novos. A advogada Brenda Correia, 25 anos, mora em um prédio novo no bairro e sente os efeitos do trânsito no dia a dia. “Eu costumava pegar a Avenida Rosa e Silva, mas hoje prefiro a Avenida Norte, mesmo quando está engarrafada ainda flui melhor”, revelou. O casal Rafael Miranda, 35 anos, e Hany Carvalho, 31, mora no bairro há mais de 20 anos. Ela diz, que o trânsito no Rosarinho começou a mudar nos últimos cinco anos. “O número de prédios, com certeza, trouxe influência para o trânsito”, contou. De acordo com a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) o bairro já recebeu intervenções para melhorar a mobilidade de condutores e pedestres que circulam no local. Entre as ações apontadas pela CTTU estão o disciplinamento de estacionamento nas ruas Salvador de Sá, Santos Dumont, Couto Magalhães, Treze de Junho, Engenheiro Nestor Moreira Reis e ainda na Rua Regueira Costa, e a alteração de sentido único de circulação na Avenida Santos Dumont. O bairro possui 33 ruas e seis equipamentos semafóricos. “Em relação a permissão de estacionamento, a CTTU informa que a medida é passível de implementação desde que não comprometa a fluidez da via nem a segurança viária dos pedestres, podendo ser, em algumas vezes, permitido apenas em horários específicos ou fins de semana”, afirmou o órgão.