ONG Curumim alerta sobre os riscos

Publicação: 23/10/2018 03:00

A enfermeira Paula Viana, coordenadora da ONG Curumim, faz um alerta: esse tipo de parto revela a precariedade do sistema público de saúde no atendimento à gestante. “Vivemos um grande caos. Não está havendo educação para a saúde. O pré-natal é o momento de dar informação à família e isso não está acontecendo como deveria. Está tudo muito desorganizado na assistência obstétrica. Os municípios também não investem nesse serviço e colocam as mulheres em uma ambulância para mandar para o Recife”, criticou.

A especialista lembra, também, que todo profissional de segurança deve ter preparo para esse tipo de atendimento. Outro ponto importante é evitar o corte do cordão umbilical da criança ainda na rua. Isso somente deve ser feito na maternidade, assim como a retirada da placenta. “Quando o cordão umbilical está batendo, ele não deve ser cortado porque indica que o bebê ainda não está respirando sozinho e ainda recebe sangue da mãe. Isso dura cerca de três minutos.”

De acordo com Paula, se o bebê nasceu e tem o cordão enrolado no pescoço, ele não corre risco de morrer enforcado. Basta desenrolar o mesmo e deixar para cortar o vínculo no posto de saúde com material esterilizado. O importante nessas horas, diz Paula, é aquecer a criança. “É possível colocar a criança dentro de um saco, com a cabeça para fora, e aquecer com um pano até chegar à maternidade”, explicou.

Segundo Paula Viana, no ano passado, Recife registrou 16 mortes maternas. Este ano, até setembro, o número já alcançou o mesmo patamar, o que mostra o agravamento da situação. “As mulheres voltaram a peregrinar atrás de vagas”, alertou.