Eles dariam a própria vida para salvar a sua Na pandemia, medicina ganhou novo significado, com profissionais empreendendo um esforço sobre-humano para reduzir mortandade

FABSON GABRIEL
ESPECIAL PARA O DIARIO
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Publicação: 17/10/2020 03:00

“O bem mais precioso e mais frágil do ser humano é a saúde”, diz o médico Mário Fernando Lins, presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco. Neste Dia dos Médicos, a categoria comemora a redução nos índices de casos e mortes por Covid-19. Na linha de frente do combate à doença, os profissionais encaram os desafios e momentos de superação no atendimento e tratamento dos pacientes. Os  médicos põem em xeque suas fragilidades, ao mesmo tempo em que a união e a perseverança se mostram como o único indício de vitória nesta guerra.

Segundo os dados da Secretaria de Saúde de Pernambuco, foram notificados 59.407 casos suspeitos do novo coronavírus entre profissionais da saúde, seja das redes pública ou privada. Desse total, 37,2% casos foram confirmados por meio de exames laboratoriais, o que equivale a 22.070 mil profissionais. Apesar dos números serem altos, os médicos e todos os profissionais da saúde têm se mostrado firmes.

“Eu acredito que para todo o profissional de saúde está sendo uma experiência de superação. Nós não imaginávamos que conseguiríamos trabalhar tanto, por tanto tempo e continuamente, no sentido de tentar recuperar e entregar de volta para a família o máximo de número de pacientes possíveis. Isso foi uma coisa maravilhosa de se ver, o envolvimento de todos. Até quem não podia se envolver, se envolvia de casa. Quem estava afastado, não via a hora de retornar”, relatou Flávio Sivini, 41, diretor médico do Hospital Ilha do Leite da Hapvida.

Atuando na direção médica há mais de 10 anos, Flávio foi um dos profissionais acometidos pela doença enquanto trabalhava protegendo a população. “Eu estava no momento de abertura de UTIS e de enfermarias de Covid, e achava que estava só com estresse, pois eu sentia um peso forte no corpo, moleza grande e dor muscular”, explicou. O médico fez o teste de swab, que confirmou a suspeita e passou 14 dias de reclusão.

“Eu tive com Covid-19 uma experiência de provação de fé. Saí da situação de caos com a renovação das coisas que acredito e que são importantes. Acho que isso foi o grande resumo para mim desse momento trágico. Às vezes quando estamos absorvidos pelo corre-corre do dia, deixamos passar o que mais importa, que é o contato com a família.”