Exposição retrata expulsão holandesa de PE
Evento traz à tona o questionamento sobre os holandeses terem sido rendidos ou expulsos. Eles dominaram a região Nordeste entre 1630 e 1654
Adelmo Lucena
Publicação: 06/08/2024 03:00
O Museu do Estado de Pernambuco (MEPE) apresenta hoje uma exposição histórica sobre o domínio holandês na região Nordeste entre os anos de 1630 e 1654. O evento reacende o debate sobre os holandeses terem sido expulsos ou se houve uma rendição à Coroa Portuguesa.
O público poderá entender essas nuances na exposição intitulada de: “1654- 370 Anos da Rendição dos Holandeses em Pernambuco: Reflexões Históricas e Contemporâneas”. Ela vai além do contexto histórico amplamente estudado por grandes escritores como Antônio Gonçalves de Mello, Evaldo Cabral de Mello, Leonardo Dantas e Bruno Miranda, trazendo à tona uma nova discussão sobre visões que ainda mexem com o imaginário de muitos pernambucanos.
Esta exposição, apoiada pelo Ministério da Cultura através da Lei Rouanet, com patrocínio do Santander, é realizada pelo Museu do Estado de Pernambuco e Sociedade dos Amigos do Museu do Estado de Pernambuco (SAMPE). A expô-1654 mostrará dúvidas, reflexões históricas e contemporâneas, explorando importantes fatos do período da ocupação holandesa no século XVII, como foi abordado o tricentenário da rendição em 1954, e questionamentos como e por que tais mitos ainda podem desaparecer do imaginário pernambucano.
Historicamente, os 24 anos de ocupação holandesa em Pernambuco são divididos em três fases: a Chegada (1630-35), o Período Nassoviano (1637-44) e a Restauração (1645-54). Dentre esses períodos, os sete anos de governo do Conde Maurício de Nassau foram assinalados pelo processo de modernização urbana e pelos investimentos em produções científicas realizados pela sua comitiva
O Brasil foi invadido pelos holandeses nove anos após a expulsão dos franceses, mas Portugal (União Ibérica) e a Holanda já tinham uma relação conturbada de longa data.
Para ter autonomia no controle do comércio do açúcar, a Holanda decidiu ocupar partes do território colonial brasileiro onde ele era produzido. Com esta ideia, foi organizada uma frota composta de 26 navios e 500 canhões para invadir, pela primeira vez, o Brasil em 1624. O alvo foi a cidade de Salvador, na Bahia, de onde acabaram sendo expulsos um ano depois.
Em 1630, os holandeses invadiram Pernambuco e conquistaram as vilas de Olinda e Recife. Os holandeses resistiram aos combates e dominaram boa parte do litoral, entre Sergipe e Maranhão. Ali, foi instaurado o Brasil-holandês.
Anos depois, em 1640, Portugal se separou da Espanha e isso permitiu a formação de uma aliança com a Inglaterra para combater a Holanda. Com isso, foi estabelecida uma trégua de dez anos entre Portugal e os Países Baixos. A guerra de independência dos Países Baixos prosseguiu visando a saída da Coroa Espanhola.
O Brasil se pronunciou em favor do Duque de Bragança (1640). Maurício de Nassau foi substituído na administração e os novos administradores desagradaram os senhores de engenho com cobranças de valores pendentes. Isso resultou na Insurreição Pernambucana de 1645 e que culminou com a extinção do domínio neerlandês após a segunda Batalha dos Guararapes.
O público poderá entender essas nuances na exposição intitulada de: “1654- 370 Anos da Rendição dos Holandeses em Pernambuco: Reflexões Históricas e Contemporâneas”. Ela vai além do contexto histórico amplamente estudado por grandes escritores como Antônio Gonçalves de Mello, Evaldo Cabral de Mello, Leonardo Dantas e Bruno Miranda, trazendo à tona uma nova discussão sobre visões que ainda mexem com o imaginário de muitos pernambucanos.
Esta exposição, apoiada pelo Ministério da Cultura através da Lei Rouanet, com patrocínio do Santander, é realizada pelo Museu do Estado de Pernambuco e Sociedade dos Amigos do Museu do Estado de Pernambuco (SAMPE). A expô-1654 mostrará dúvidas, reflexões históricas e contemporâneas, explorando importantes fatos do período da ocupação holandesa no século XVII, como foi abordado o tricentenário da rendição em 1954, e questionamentos como e por que tais mitos ainda podem desaparecer do imaginário pernambucano.
Historicamente, os 24 anos de ocupação holandesa em Pernambuco são divididos em três fases: a Chegada (1630-35), o Período Nassoviano (1637-44) e a Restauração (1645-54). Dentre esses períodos, os sete anos de governo do Conde Maurício de Nassau foram assinalados pelo processo de modernização urbana e pelos investimentos em produções científicas realizados pela sua comitiva
O Brasil foi invadido pelos holandeses nove anos após a expulsão dos franceses, mas Portugal (União Ibérica) e a Holanda já tinham uma relação conturbada de longa data.
Para ter autonomia no controle do comércio do açúcar, a Holanda decidiu ocupar partes do território colonial brasileiro onde ele era produzido. Com esta ideia, foi organizada uma frota composta de 26 navios e 500 canhões para invadir, pela primeira vez, o Brasil em 1624. O alvo foi a cidade de Salvador, na Bahia, de onde acabaram sendo expulsos um ano depois.
Em 1630, os holandeses invadiram Pernambuco e conquistaram as vilas de Olinda e Recife. Os holandeses resistiram aos combates e dominaram boa parte do litoral, entre Sergipe e Maranhão. Ali, foi instaurado o Brasil-holandês.
Anos depois, em 1640, Portugal se separou da Espanha e isso permitiu a formação de uma aliança com a Inglaterra para combater a Holanda. Com isso, foi estabelecida uma trégua de dez anos entre Portugal e os Países Baixos. A guerra de independência dos Países Baixos prosseguiu visando a saída da Coroa Espanhola.
O Brasil se pronunciou em favor do Duque de Bragança (1640). Maurício de Nassau foi substituído na administração e os novos administradores desagradaram os senhores de engenho com cobranças de valores pendentes. Isso resultou na Insurreição Pernambucana de 1645 e que culminou com a extinção do domínio neerlandês após a segunda Batalha dos Guararapes.