FERNANDA GUERRA
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Publicação: 14/03/2014 03:00
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Currículo do artista soma cerca de 50 trabalhos na televisão, 60 espetáculos teatrais e 27 filmes |
O ator Paulo Goulart participou ativamente da evolução da história da dramaturgia brasileira. Sessenta e três dos seus 81 anos foram dedicados à atuação - das radionovelas ao teatro, passando pelo cinema e pela TV, que o consagrou. O artista de Ribeirão Preto faleceu, ontem, por complicações de câncer, em São Paulo. O paulista lutava contra um tumor na região dos pulmões desde 2012 - no mesmo ano, passou cerca de três meses internado. Há sete anos, foi submetido a uma cirurgia para a retirada de nódulo no rim. Paulo Goulart estava hospitalizado desde janeiro deste ano, no hospital São José, no Centro de São Paulo. O sepultamento do corpo do ator será, hoje, no cemitério paulista da Consolação.
Ainda assim, Paulo Goulart não se distanciou do trabalho, cultivado com esmero e identidade desde 1952, quando estreou na novela Helena, escrita por Manoel Carlos e exibida na TV Paulista. Antes disso, a primeira “escola” da vida artística foi a Rádio Tupi, em 1951, como ator de radionovelas, onde trabalhou com Cassiano Gabus Mendes e Hebe Camargo. Fora das artes, estudou química industrial.
Goulart conquistou o reconhecimento de público e crítica. No teatro, atuou em mais de 60 espetáculos. Foi aclamado, em 1974, na categoria melhor ator no prêmio Molière e ainda na Associação Paulista de Críticos de Arte, pelo espetáculo de Orquestra de senhoritas, de Jean Anouilh.
O ator teve passagem ainda pelas TVs Continental, Tupi, Rio e Excelsior. Em 1969, estreou na TV Globo, em A cabana do pai Tomás. Foram mais de 50 trabalhos na televisão, entre novelas, séries e minisséries. O ator se destacou em novelas como Éramos seis (1977 - a versão original da TV Tupi), Plumas e paetês (1980), Roda de fogo (1986) e O dono do mundo (1991).
Na década de 1990, chamou a atenção ao incorporar personagens fortes, como o vilão Donato, de Mulheres de areia (1993), que cometia atrocidades com Tonho da Lua (Marcos Frota). A vilania continuou em Esperança (2002), como Farina, e Duas caras (2007), na pele do professor Heriberto. A última novela de Paulo Goulart foi Morde e assopra (2011).
No cinema, atuou em filmes como Rio Zona Norte (1957), O grande momento (1958) e Gabriela, cravo e canela (1983). O último trabalho da carreira foi a participação no longa O tempo e o vento, de Jayme Monjardim, exibido como minissérie pela Globo. As filmagens foram em 2012, quando também participou da série Louco por elas, escrita pelo pernambucano João Falcão.