ENTREVISTA >> SELMA DO COCO » O que ela dizia do passarinho

Publicação: 11/05/2015 03:00

Maior sucesso da trajetória de Selma do Coco, A rolinha foi cantada até durante o velório da artista, ontem. O hit marcou o carnaval do Recife e de Olinda em 1998 e alavancou a carreira da coquista. Passou a fazer shows no Sul do Brasil, em países da Europa e, posteriormente, nos Estados Unidos. Em 2001, Selma apostou na renovação do hit, com Rolinha 2 (“Eu não posso ver rolinha no mato/ que não bote o gato pro gato pegar/ eu me enrolo, me deito, me cubro/ também faço jeito pra rolinha voar...). No auge do sucesso, em fevereiro de 1998, a cantora e compositora concedeu entrevista ao Diario de Pernambuco:

 

Como a senhora está vendo todo esse sucesso em torno da sua música A rolinha?
Com muita alegria, porque todo mundo gostou, desde as crianças até os adultos. Até menino de dois anos está cantando.

De onde veio a ideia da composição?
A história dessa música veio do costume das criações de rolinhas (passarinhos), muito usado no interior, mas que também tenho no meu quintal. Acontece que, de vez em quando, a gente vai abrir a gaiola para pegar uma rolinha, criada para comer, e tem que ter muito cuidado para ela não fugir. Se escapa, a pessoa correr atrás dizendo: pega a rola, pega a rola. Daí, surgiu a música.

Quando a senhora compôs?
Minha filha, isso foi há mais de sete anos, mais ou menos. Fiz a música. Tinha vontade de cantar, mas tinha vergonha, porque falava na rola. Eu pensava que o pessoal ia dizer: “mas olha para isso, uma velha de 63 anos, cantando essa safadeza!”. Mas foram as próprias pessoas que assistiam às apresentações em frente da minha casa que pediam para eu incluir a música nos shows. O sucesso foi tanto que resolvi incluir na gravação do disco Cultura viva.

A senhora esperava tanto sucesso?
Esperava não. Eu tinha vontade até de desvanecer. Cantava demais para as pessoas e nada de aparecer quem pagasse um cachê. Mas, graças a Deus, surgiu uma pessoa que me desse a mão. E não parei, também, porque coco é como um vício. Quem entra na roda, como eu, não quer mais parar. 

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Adeus, mainha