Academia responde às pressões sociais

Publicação: 25/02/2017 03:00

Diretor de Moonlight é o quarto negro indicado pela Academia (Diamond Films/Divulgação )
Diretor de Moonlight é o quarto negro indicado pela Academia
Após ser criticada pela ausência de indicações para negros por dois anos consecutivos, a Academia caminhou alguns passos para, ao menos nesta edição do Oscar, mostrar um panorama mais diverso. A lacuna, evidenciada pela hashtag #OscarSoWhite (Oscar tão branco) disseminada em anos anteriores nas redes sociais, parece ter sido, ao menos, parcialmente sanada com a nomeação de atores e realizadores não-brancos nas principais categorias.

Barry Jenkins (Moonlight: Sob a luz do luar) é apenas o quarto diretor negro a ser indicado pela Academia e tenta a façanha de ser o primeiro deles a levar uma estatueta para casa. Outros afrodescendentes que concorrem nesta edição: Tarell Alvin McCraney (roteirista de Moonlight ao lado de Jenkins), August Wilson (roteirista de Um limite entre nós), Bradford Young (diretor de fotografia de A chegada), Pharrel Williams (produtor de Estrelas além do tempo) e Kimberly Steward (produtora de Manchester à beira-mar).

Além dos já anteriormente premiados Denzel Washington e Octavia Spencer, a lista inclui Ruth Negga (Melhor Atriz), Mahersala Ali (Melhor Ator Coadjuvante), Viola Davis e Naomie Harris (Melhor Atriz Coadjuvante). De ascendência indiana, o inglês Dav Patel concorre na categoria de Melhor Ator Coadjuvante.

Outro aspecto que pode contribuir para reduzir a histórica desigualdade, inclusive no campo do gênero, foi a inclusão de 683 membros do comitê de votação do Oscar, sendo 41% deles não-brancos e 46% do sexo feminino. Dos novos integrantes, 283 deles de fora dos Estados Unidos e, entre os 59 países contemplados, está o Brasil. A lista de votantes brasileiros tem 11 nomes, incluindo os cineastas Anna Muylaert (Que horas ela volta?), Alê Abreu (O menino e mundo) e o produtor Rodrigo Teixeira, um dos responsáveis pelo lançamento de produções internacionais como Frances Ha (2012) e A bruxa (2015).