PERFIL » A vida refeita depois de uma tensa traição

Fernanda Guerra
fernanda.guerra@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 06/05/2017 03:00

Recomeçar a vida aos 35 anos após uma experiência traumática. O desafio é do medalhista olímpico Sérgio Henrique, personagem principal da série Prata da casa, estrelada por Rodrigo Pandolfo. Após flagrar a esposa com o amante, ele volta a morar com os pais em São Paulo. Com Diogo Vilela e Françoise Fourton no elenco, a sitcom é a primeira no formato na Fox no país e estreia nesta quarta-feira, às 21h30. A produção cômica aborda temas contemporâneos, como relações surgidas em aplicativos de paquera. Os três personagens principais atravessam mudanças importantes na vida após a separação. A produção, dirigida por André Pellenz (Minha mãe é uma peça 1 e 2), é a primeira protagonizada por Pandolfo, que também já atuou em Mulher de fases (2010), na HBO, Agora sim (2013), na Sony, De perto ninguém é normal (2016), no GNT, e A menina sem qualidades (2013), na MTV. No segundo semestre, estará na quarta temporada de O negócio (HBO). Atualmente, grava a série Rua Augusta, do TNT.

Entrevista // Rodrigo Pandolfo

Prata da casa acompanha uma família longe da “tradicional”, como os pais comemorando a separação em um jantar. Como avalia essa abordagem?
A série é muito contemporânea ao mostrar uma mãe que não é dona de casa, o pai que não é o “provedor” da fortuna da casa, o patriarca, o machista. Muito pelo contrário. É uma mãe forte, um pai que está passando por uma crise. Todos têm questões ali. Não tem juízo de valor em relação a isso. A nossa série é encaixada no tempo em que se propõe.

Como enxerga o seu personagem?
Sérgio Henrique é um cara que acaba de terminar um relacionamento e está completamente sem chão. As incertezas dos personagens são interessantes. Ele também está buscando um caminho sem entender qual é o próximo passo. E essa coisa de como Sérgio Henrique se relaciona com as mulheres. Ao longo da série, ele se relaciona com várias mulheres e com um cara. Então ele nunca se coloca nesse lugar do machista. É moderno nesse sentido. Ele é frágil, romântico, apaixonado.

Após a separação, o seu personagem passa a se relacionar através de aplicativos. Qual a proposta do seriado ao abordar essas novas formas de relacionamento?
A série vem se propondo a pensar a respeito das novas relações que estão se criando hoje em dia. A base do casamento ainda se mantém? Isso ainda existe como uma força difícil de ser quebrada? Esse cara que está se relacionando com esses aplicativos… Isso se sustenta com a força que deveria se sustentar ou é efÊmero. Ou a gente está caminhando pra relações cada vez mais fulgazes? Acho interessante o que a série propõe. Não existe jugalmente. Existe questionamento, discussão a respeito.

O que acha desses novas formas de relacionamento, através de aplicativos de paquera ou redes sociais?
Vou me colocar como a massa. Acho que a gente está em um momento de experimentação. Não consigo acreditar que isso seja negativo. E ao mesmo tempo não consigo afirmar que isso é a nova maneira de conhecer pessoas. Acima do meio, o que interessa é o contato. Se os meios virtuais possibilitam a relação pessoal, está valendo o encontro.