O Festival Estudantil de Teatro e Dança (Feted) vem cumprindo, desde 2003, um papel que poucos eventos voltados para as artes cênicas se dispõem a desempenhar em Pernambuco: o de escoar a produção feita por quem está aprendendo a se expressar artisticamente. A série de apresentações chega à 15ª edição sem incentivos governamentais ou patrocínios privados, confiando unicamente no desempenho da bilheteria para apresentar 12 espetáculos teatrais - três para crianças e nove para adultos - e 22 coreografias. O festival começa hoje e termina em 3 de setembro, com apresentações das quartas aos domingos, sempre no Teatro Apolo. O ingresso tem preço único de R$ 10. A homenageada deste ano é a atriz e diretora Lúcia Machado.

Em 2017, a comissão de escolha dos trabalhos a serem apresentados ficou por conta do próprio Pedro Portugal e do jornalista e pesquisador teatral Leidson Ferraz a partir de 22 peças e mais de 40 coreografias inscritas. Neste ano, a abertura é às 19h de hoje com a peça adulta Haverá um maldito aqui dentro, da Escola Municipal de Arte João Pernambuco, com dramaturgia do professor Fred Nascimento a partir do universo poético de Charles Bukowski.

O festival não tem um tema específico a cada edição, mas engloba na mesma programação desde alunos da UFPE e de escolas tradicionais como o Studio de Dnças até centros comunitários da Região Metropolitana, com obras de Recife, Olinda, Paulista e Camaragibe. Além de revelar artistas como Alexandre Guimarães, cujo espetáculo O Açougueiro teve apresentações bem-sucedidas no Festival de Curitiba, o Feted é uma oportunidade para jovens dramatugos e diretores. Segundo Pedro Portugal, entre 30% a 40% dos textos são originais, e o resto é composto por adaptações.

No ano passado, o Feted foi eleito como um dos cinco melhores festivais estudantis do país pelo Prêmio Cenym, entregue anualmente pela Academia de Artes no Teatro do Brasil, de Sergipe. “Neste ano, só tivemos a isenção de pauta do Teatro Apolo como serviço incentivado. É irônico constatar a total falta de financiamento logo após ganharmos um prêmio. Mas não deixamos de fazer o evento”.

Mesmo com as dificuldades em manter o festival, Pedro Portugal comemora a alta procura na venda dos ingressos. “Cerca de 80% dos ingressos para os espetáculos deste fim de semana já foram vendidos. Ritos de vingança, amor e sangue, da Cia. Cênicas de Repertório, no dia 30, e toda a programação de coreografias do dia 3 de setembro já estão com as entradas esgotadas. Isso se deve à garra dos grupos que participam da programação, que vendem os bilhetes antecipadamente. Cada grupo ou escola fica com R$ 6 e a produção do festival, com R$ 4 de cada ingresso vendido. Esse estímulo é muito importante, porque a escola é a base de tudo”.

Programação

Hoje, às 19h
Haverá um maldito aqui dentro, da Escola Municipal de Arte João Pernambuco

Amanhã, às 19h
De quem é a culpa se nunca chegamos?, do Grupo Arte em Movimento e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco

Sexta, às 19h
Homens e caranguejos, do Grupo Arte em Movimento e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco

Sábado, às 16h
Edifício Maximus, da Academia Santa Gertrudes (Olinda)

Sábado, às 20h
Isadora, um espetáculo de Plagiocombinação, do Curso em Licenciatura em Teatro da UFPE

Domingo, às 16h
Willy na terra dos meninos invisíveis, do Grupo Pedra Polida e CEAC - Centro de Artes, Educação e Cultura de Olinda

Domingo, às 20h
O mar do Sertão, do Colégio Marista São Luís

Serviço

Festival Estudantil de Teatro e Dança 2017
Quando: de hoje até 3 de setembro
Onde: Teatro Apolo - Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife
Ingresso: R$ 10 (preço único promocional)
Informações: 3355-3320