Na contagem regressiva para o Molotov Organização divulga programação completa do festival com mais de dez horas de música e atrações internacionais, como a banda espanhola Hinds

Alef Pontes | Emannuel Bento
Especial para o DIARIO
diarioviver@gmail.com

Publicação: 21/09/2017 03:00

Chegando à 14ª edição, em novo endereço, o Festival No Ar Coquetel Molotov anunciou a programação completa nesta quarta-feira. Com mais de dez horas de apresentações musicais divididas em três palcos (Sonic, Velvet e Aeso), o evento será realizado Caxangá Golf Club, na Várzea, no dia 21 de outubro. Entre os destaques da programação estão o ex-Mutante Arnaldo Baptista, a banda O Terno (SP), a cantora Alessandra Leão, Curumin e o grupo espanhol Hinds, além da banda norte-americana DIIV, da MC paulista Linn da Quebrada e do rapper Rincon Sapiência, divulgados anteriormente.

De acordo com Ana Garcia, umas das produtoras do festival, a curadoria da edição foi pautada no intuito investir em atrações inéditas na cidade. “Chegamos nesse line up abrindo enquetes, viajando e recebendo muito material”, explica, sobre a seleção. Assim como nas edições anteriores, as atrações do festival são marcadas pelo tom político - marcado no discurso de nomes como Ricon Sapiência e Linn da Quebrada. “Essa questão política é natural. Os artistas devem falar sobre isso no nosso contexto, é orgânico. A arte deve incomodar”, conclui.

Além da música, ações de sustentabilidade, saúde e política integram a programação neste ano. No espaço uPlanet, o evento oferecerá aulas de yoga e pontos de recarrega de celulares utilizando energia solar. Uma parceria com a Ameciclo oferecerá meia-entrada para quem for pedalando ao evento. Outra ação do evento garante ingressos gratuitos para cem pessoas que realizaram doação de sangue no Hemope neste ano. Os doadores devem enviar o atestado de doação para o e-mail noar.hemope40@gmail.com até dia 2 de outubro.

Parcerias com eventos já consolidados prometem diversificar as opções para o público. O Som na Rural retorna para receber o tradicional duelo de rappers e MCs pernambucanos Batalha da Escadaria e a conceituada festa paulista Mamba Negra encerra o Palco Sonic. Os ingressos para o Festival No Ar Coquetel Molotov estão à venda no site Sympla e no Barchef Mercado Gourmet, na Zona Norte do Recife. As entradas custam R$ 80, R$ 60 (social) e R$ 40 (meia-entrada). Informações:3204-8500.

Programação

Palco Aeso

18h - Romero Ferro (PE)
19h - Gordurantrans (RJ)
20h - Soledad (CE)

Palco Sonic

15h30 - Giovani Cidreira (BA)
16h40 - Kalouv (PE)
17h40 - A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante (SP)
18h50 - Kiko Dinucci (SP)
20h - Hinds (Espanha): Grupo de Madri formado por quatro mulheres (Ana Perrote, Carlotta Cosials, Ade Martin e Amber Grimbergen), a Hinds aposta no indie rock em uma música autoral que une influências de bandas como The Velvet Undergroun, The Strokes e The Vaccines. Em sua primeira apresentação na América do Sul, o grupo traz o repertório de seu álbum de estreia, Leave me alone (2015).
21h10 - Curumim (SP)
22h30 - Alessandra Leão (PE)
23h30 - AfroBapho (BA)
0h40 - NoPom (RJ)
1h50 - Mamba Negra (SP)

Palco Velvet

17h - Arnaldo Baptista (SP): Um dos consagrados nomes da música brasileira, Arnaldo Baptista dá inicio a programação do palco Velvet com o show Sarau o Benedito?. Através de projeções de suas obras como artista plástico e do piano, o músico convida o público a imergir em uma atmosfera de sons e cores em clássicos como Cê tá pensando que eu sou Loki?
18h10 - O Terno (SP): Velhos conhecidos do público pernambucano, o trio paulista O Terno retorna com o repertório de Melhor do que parece (2016), acompanhado de naipe de metais.
19h20 - Diiv (EUA): Outra atração internacional que aporta pela primeira vez no Brasil, a novaiorquina Diiv incorpora elementos do dream pop, shoegaze e kraut rock, em Is the is are (2016), álbum que aborda um universo conturbado em meio a melodias dinâmicas.
20h40 - Luiza Lian (SP)
22h50 - Linn da Quebrada (SP)
0h10 - Rincon Sapiencia (SP): Primeira atração anunciada, o músico paulista passeia por influências da música africana, através do coco, capoeira e blues, para mostrar um rap dedicado à exaltação da afrodescendência. Para o Recife, ele traz o repertório de Galanga livre (2017), e recebe  a participação de Lia de Itamaracá.
1h20 - Attooxa (BA)

Som na Rural

22h - Lia de Itamaracá (PE)
23h - Batalha da Escadaria (PE)

Entrevista - Carlotta Cosials  // vocalista da Hinds (Madri, Espanha)

Como você vê a música feita atualmente na Espanha, especialmente em Madri? É uma cidade amante do rock?

Não há uma cena de rock maciça, mas quem está nela, está totalmente com ela. É uma comunidade agradável onde todos conhecemos e ajudamos uns aos outros. O fato de Madrid estar no sul da Europa faz com que fiquemos mais entusiasmados com a música, eu acho. Quando temos um bom show, todos aparecem.

Recentemente, no Brasil, tem se discutido muito sobre o feminismo na música e sobre a dificuldade para as mulheres se destacaram no mercado fonográfico. Você vê essa dificuldade na Espanha e em outros lugares onde passam?
Sim, acho que é uma questão que diz respeito a todos os países. Na Espanha, ainda é difícil ver mulheres como artistas, no lugar de um estereótipo falho. Eu falo porque ninguém pode (e espero que venha) ajustar a mulher no estereótipo da perfeição. Isso cria uma ilusão de que está certo julgar viciosamente qualquer mulher que se atreva a cantar, vestir, conversar e expressar de forma diferente.

O que você acha do título de “girl band”?
Odeio isto. Isso faz com que todos pensem que uma “girl band” (banda de garotas) é uma categoria de música, como bandas de punk, bandas de pop, etc. É como se nossa música fosse bem definida pelo nosso sexo, o que é ridículo! Isso coincide com a pergunta anterior, porque muitas vezes o público espera que as meninas comportem-se “corretamente”, então, (graças a Deus) vamos desapontá-los e criar uma sensação incômoda sobre eles.

É a primeira vez no Brasil? Qual é a expectativa para o show?
Sim. Será o nosso primeiro show na América do Sul e não podemos ficar mais entusiasmados. Nós passamos 3 anos visitando o mundo e ainda não conseguimos uma oportunidade de ir aí e compartilhar nosso amor e música com todos vocês. Esperem um rock and roll realmente louco.