Franquia abre mão de fórmulas Oitavo título de Star wars, Os últimos jedi consegue empolgar e emocionar fãs por mérito próprio e por significativas mudanças para a série

Breno Pessoa
Breno.pessoa@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 18/12/2017 03:00

Mesmo um filme medíocre de Star wars é capaz de provocar comoção em sua audiência já nos primeiros segundos de projeção, com o emblemático letreiro trazendo a sinopse do filme e a conhecida trilha sonora. O novo capítulo da franquia, Os últimos jedi, em cartaz nos cinemas, se beneficia disso e ganha o público logo de início reprisando a introdução que povoa o imaginário pop desde 1977. Mas o começo é o único aspecto realmente formulaico do filme, que consegue empolgar e emocionar fãs por mérito próprio e por significativas mudanças para a série.

Ao mesmo tempo em que consegue ser totalmente coerente com o universo estabelecido ao longo de décadas, Star wars: Os últimos jedi traz um importante e necessário afastamento de alguns pilares já bem estabelecidos. O embate entre Rebelião e Império ainda segue como fio condutor, mas a dualidade é menos óbvia. Há espaço para nuances entre luz e sombra e espaço para questionamentos sobre as decisões dos representantes de ambos os lados da Força. E boas reviravoltas.

Com o Império esfacelado e seus ideais renascidos com a Primeira Ordem, temos novamente os Rebeldes buscando livrar a galáxia da opressão e tirania. O movimento, liderado pela general Leia Organa, encontra-se com o poderio enfraquecido e combalida também pela ausência de Luke Skywalker, símbolo vivo da Resistência. Enquanto os dois lados se enfrentam, a rebelde Rey vai em busca do lendário jedi, com missão dupla: trazer Skywalker para a linha de frente da batalha e aprender sobre a Força.

Diretor e roteirista do filme, Rian Johnson fez um dos filmes mais memoráveis da franquia até agora. Visualmente rico e com um elenco afiadíssimo, a produção mescla, equilibradamente, ação, humor, aventura e toda miríade alegórica de Star wars. Denso quando necessário, Os últimos jedi explora bem o aspecto filosófico da Força, não raro tratado como um mero superpoder. É um simbolismo tocante, quase religioso, que tem a sala de cinema como templo de devoção e catarse.

Bilheteria
Até agora, o novo filme de Star wars teve ótimo desempenho nas bilheterias. Somente no primeiro dia de exibição, na quinta-feira passada, foram arrecadados mundialmente US milhões. O feito coloca o longa na condição de segunda maior estreia de todos os tempos, ficando atrás apenas de outro título da franquia, O despertar da força. O filme está em cartaz em mais de 4 mil cinemas.