LGBTQ » Pesquisa mostra relação com o brega

Publicação: 20/04/2018 09:00

“É impossível ser pernambucano e não ser um pouco bregueiro”, afirma o jornalista recifense Henrique de Arruda, 26, que tem se dedicado a pesquisar a relação entre a expressão musical e a comunidade LGBTQ do estado. Intitulado Bregay, o projeto foi concebido para se tornar um documentário e foi um dos vencedores da terceira edição do concurso NetlabTV, idealizado para premiar novas ideias para séries brasileiras.

Realizado pelo Instituto NET Claro Embratel e pela Casa Redonda, o concurso teve mais de 780 inscritos de todo o país. Os vencedores participaram de oficinas e receberão consultoria para viabilizar a produção dos projetos.

“Eu cresci ouvindo brega, meus pais gostavam e sempre acompanhei a cena do Recife. Tinha vontade de falar disso de forma audiovisual e surgiu essa oportunidade”, diz o realizador. “Todo mundo que luta contra qualquer forma de preconceito tem algo em comum”, afirma Arruda sobre as similaridades no discurso presente nas músicas e a luta pela visibilidade e aceitação que são características do movimento LGBTQ. “O brega dá voz a pessoas que não conseguem chegar com muita facilidade na mídia, a comunidades que estão marginalizadas, da periferia”, pontua.

Ontem, o prefeito Geraldo Julio sancionou a lei nº 18.474/2018, que institui, no calendário oficial de eventos do Recife, o Dia Municipal da Música Brega, celebrado em 14 de fevereiro. A data foi escolhida em homenagem ao cantor Reginaldo Rossi, que nasceu neste dia.