TERRY JONES » O homem que criou um "antes e depois" na comédia

Publicação: 23/01/2020 03:00

Terry Jones, um dos integrantes do grupo de comédia britânico Monty Python, morreu aos 77 anos. Nascido no País de Gales, também foi diretor de cinema e historiador. Ele sofria de uma rara forma de demência. Em comunicado divulgado ontem, a família informou que Jones “morreu após uma longa, extrema mas sempre bem-humorada batalha”. O ator participou de séries e filmes com a sua trupe incluindo Monty Python em busca do cálice sagrado e A vida de Brian. Em 2016, ele foi diagnosticado com demência frontotemporal um distúrbio neurológico responsável por 10% dos casos de demência.

Ao lado de Eric Idle, John Cleese, Michael Palin, Graham Chapman and Terry Gilliam, Jones formou o Monty Python, cujo humor anárquico revolucionou a comédia britânica. O grupo era formado por seis ingleses (na verdade, um era gaulês, justamente Jones, e outro é um americano infiltrado, Gilliam) que renovaram o humor da TV britânica (e, por extensão, mundial) em 5 de outubro de 1969, quando foi ao ar o primeiro dos 45 episódios da série cômica Monty Python’s Flying Circus, programa de meia hora de duração com animações e piadas escrachadas que não perdoavam da política à filosofia, do marxismo ao esporte, do chá das 5 à morte.

“Monty Python surge no momento mais louco do século 20, na cidade mais louca do mundo (Londres). Para revolucionar a loucura vigente, os Pythons tinham um ingrediente surpresa: a lucidez”, escreve o humorista Gregório Duvivier no prólogo de Monty Python - Uma autobiografia escrita por Monty Python, lançada no Brasil pela Realejo Livros.

Trata-se de um livro originalmente editado em 2003 e organizado por Bob McCabe, que costurou depoimentos de Eric Idle, Graham Chapman, John Cleese, Michael Palin, Terry Jones e Terry Gilliam (o americano ilustrador) para contar a origem de cada um até que os rumos se cruzassem, especialmente quando eram universitários, dividindo-se entre Oxford e Cambridge. Foi no ambiente das universidades que esses estudantes de História, Medicina e Direito exercitaram seu talento para o humor, criando esquetes apresentadas em peças universitárias que de tão engraçados, convenceram cada um a buscar a carreira de comediante.