Vai deixar muita saudade A banda Skank, uma das maiores do rock nacional, faz o último show em Pernambuco, na turnê de despedida, com hits que marcaram gerações

Allan Lopes
allan.lopes@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 14/10/2022 03:00

O fim de uma era no rock nacional será testemunhado pelos pernambucanos neste sábado, no Classic Hall, em Olinda, onde acontece o show da turnê de despedida do Skank. A banda mineira encerra uma jornada de 31 anos, por tempo indeterminado, após os quatro integrantes decidirem seguir os próprios caminhos. Os ingressos estão praticamente esgotados, mas ainda podem ser adquiridos para os setores Arena e Frontstage pelo site Ticket360.

O anúncio da separação veio a público antes mesmo da pandemia, em novembro de 2019. Samuel Rosa (guitarra e voz), Lelo Zanetti (baixo), Henrique Portugal (teclados) e Haroldo Ferretti (bateria) declararam que haviam decidido optar por “experimentar caminhos individuais”. Adiada pelo coronavírus, a turnê teve início em março último e rodou pelo Brasil desde então. Pernambuco é a parada neste final de semana, e a último é no Rio de Janeiro, dia 10 de novembro.

Skank marcou gerações ao longo de nove álbuns gravados em estúdio, somando cinco milhões de unidades vendidas. O adeus, não definitivo, será ao som dos hits que encabeçaram trilhas de novelas e festas durante as décadas de 1990 e 2000, com destaque para Garota nacional e Vou deixar, além do single dedicado à turnê de despedida, Simplesmente. O tecladista Henrique Portugal falou ao Viver sobre o último encontro com a plateia pernambucana, perspectivas de reunião no futuro e mais.

ENTREVISTA - Henrique Portugal // tecladista

“Não se faz uma separação pensando em voltar”

São 30 anos de estrada e dezenas de milhares de shows feitos, mas como tem sido emocionalmente essa última turnê para o grupo?

Os shows têm sido muito emocionantes. São muitas histórias, muitas viagens e a despedida é sempre difícil.

Os shows do Skank costumam ter um público participativo nas músicas. Como está sendo na turnê de despedida?

Somos uma banda estradeira. Ficamos felizes quando vemos que o público está animado. Estes últimos shows são para agradecer tantos anos de parceria com o nosso público. Estamos tocando os nossos maiores sucessos e aceitamos pedidos que venham da plateia. A galera está levando alguns cartazes para os shows e utilizando aplicativos de celular, tipo letreiros, para pedir músicas que eles gostariam que tocássemos.

Que lembranças vocês guardam das passagens em Pernambuco?

São muitas lembranças, seja em Recife ou no interior. Pernambuco é um estado muito musical. Gastaria muito tempo e espaço para listar nomes de artistas pernambucanos que gosto. Um deles é o Lenine, e inclusive já produzi, junto com Haroldo Ferretti, uma música pra ele.

Skank é uma referência para uma nova geração de bandas que surgiram nos últimos anos. Como vocês enxergam esse legado no rock nacional?

Acho legal novas bandas citarem o Skank. Mas o maior legado é mostrar que é possível ser artista num país como o Brasil. Um país com tanta cultura, mas tão complicado para viver como artista.

Vocês deixam em aberto uma reunião nos próximos anos ou está descartada?
Estamos focados nestes últimos shows. Não se faz uma separação pensando em voltar. Não paramos para pensar nisso. Quem sabe algum dia chegue aquela saudade e a gente se reúna novamente.

Gostaria que vocês deixassem um recado aos fãs, especialmente os pernambucanos que vão assistir Skank pela última vez.
Antes de tudo, agradecer o carinho que sempre recebemos em Pernambuco. Um estado tão importante para o nosso país, seja na política, na cultura, no futebol e principalmente na música. Venham comemorar e participar desta nossa despedida. Será um show para cantar, se divertir, lembrar de emoções passadas e principalmente lavar a alma. Muito obrigado!