Desafio de preservar a história Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano celebra 161 anos de atuação em PE

Danielle Santana
Especial para o Diario
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Publicação: 30/01/2023 00:30

Referência para pesquisadores de todo o país, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP) comemora 161 anos hoje. Para marcar a data, a instituição realiza em sua sede, localizada na Rua do Hospício, no bairro da Boa Vista, às 19h, uma Sessão Magna comemorativa. Durante o evento, que será aberto ao público, os visitantes poderão relembrar os 369 anos da Restauração Pernambucana.

No comando do IAHGP, a presidente Margarida Cantarelli fala sobre os planos para 2023, que incluem o desenvolvimento de um projeto chamado História do Século 20, com o objetivo de resgatar acervos e documentos da história de Pernambuco.

“Não podemos deixar a história recente se perder e temos conhecimento de um grande acervo deste período sob a guarda de famílias que pode ser compartilhado. Acredito no aproveitamento extremamente positivo que podemos fazer da tecnologia, através do intercâmbio de dados entre os acervos das instituições, facilitando o acesso de estudantes, pesquisadores e da população como um todo”, afirmou.

Margarida também destaca a importância do instituto, que foi fundado em 1862, como instrumento de apoio para os pesquisadores. “O IAHGP é o mais antigo instituto histórico regional do Brasil, uma instituição da sociedade civil que atua como guardiã da história, dos valores e dos ideais de liberdade que forjaram a nossa trajetória e precisam ser transmitidos às gerações vindouras para a construção do futuro”, observou.

De acordo com a presidente, manter o acervo do local em boas condições é um dos maiores desafios da gestão. “A preservação dos acervos históricos de Pernambuco e do Brasil fornece subsídio aos pesquisadores na produção de dissertações, teses e artigos. Também recebemos bastante procura de pesquisadores de fora do país, como europeus e americanos, em busca de documentos relativos ao período da invasão holandesa, às revoluções libertárias e à história da escravidão em Pernambuco”, completou.

Para preservar o material, uma parceria foi firmada com o Governo de Pernambuco. “No último ano iniciamos um forte trabalho com o apoio do governo do estado, por meio de um convênio com a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), na organização, inventariação e higienização dos acervos. Em 2023, vamos dar continuidade para eles se tornem cada vez mais acessíveis e melhor organizados. Nosso objetivo é que as pesquisas possam ser feitas não só no local, mas também por meio dos meios eletrônicos, possibilitando o acesso de qualquer parte do mundo”, informou.

O local, que por mais de um século funcionou como arquivo público, abriga o museu mais antigo do Brasil em funcionamento. O patrimônio do IAHGP é dividido em três grandes áreas: museológica, documental e bibliográfica hemeroteca. Na biblioteca, cerca de 25 mil volumes editados entre os séculos 17 e 21 estão disponíveis, enquanto a hemeroteca contém periódicos pernambucanos dos séculos 19 e 20, encadernados em vários volumes.

Já no acervo museológico do IAHGP destacam-se as peças de mobiliário de casas urbanas e rurais, que traçam um interessante perfil da sociedade pernambucana. Uma das mais importantes é o marco divisório das capitanias de Pernambuco e Itamaracá, assentado pelo primeiro donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira, em 1535.

O museu se encontra aberto para visitação de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 16h e, aos sábados, das 8h às 12h. Lá, pesquisadores e estudantes podem ter acesso a diversos documentos históricos de Pernambuco com atendimento presencial exclusivamente aos sábados ou consultas por meio do e-mail arqueologico@iahgp.org. Os ingressos custam R,00. Grupos escolares devem fazer agendamento prévio.