Um samba a Suel Após gravar seu último álbum %u2018Fases%u2019, cantor chega ao Recife para relembrar seus maiores sucessos em grande evento na Zona Sul da cidade

André Guerra
andre.guerra@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 07/04/2023 06:00

Voltando ao Recife após dez anos de seu primeiro show na capital, o cantor e compositor Suel promete movimentar Boa Viagem neste sábado comandando o ‘Samba do Boyzinho’, evento que ocorre a partir dsa 21h, na Green House, e que também conta com a presença da cantora carioca Gica. O artista foi integrante do grupo ImaginaSamba durante 16 anos e, após a gravação de seu último DVD no Rio de Janeiro, “Fases”, busca espalhar a abordagem altamente pessoal desse seu projeto em várias apresentações programadas.

Seguindo em sua carreira solo desde 2019, o fluminense revelou ao Viver alguns de seus projetos futuros, suas maiores preocupações atuais enquanto cantor e compositor e a satisfação em retornar à capital pernambucana depois de uma década.

ENTREVISTA - Suel // cantor e compositor

“Retornar ao Recife dez anos depois é uma alegria muito pessoal para mim”

O que mais mudou dentro de você como artista depois da pandemia?
O que mais mudou em mim como artista depois da pandemia foi a minha conexão com meu público e minha entrega no palco, porque imprevistos acontecem com todos os artistas. Às vezes, a gente está rouco, cansado, com o microfone ruim, o som ruim e às vezes eu deixava isso me abalar, mas eu aprendi a tentar passar por cima de qualquer situação e dar o máximo de mim porque a pessoa que está ali embaixo me assistindo pode estar ali pela primeira vez, pode ter passado por muita dificuldade até mesmo para conseguir chegar ao meu show. Então, eu sou obrigado a entregar a melhor experiência que aquela pessoa poderia ter com relação ao espetáculo. Coloquei isso na minha cabeça e, desde então, eu sinto que a minha relação com os meus corujas, que é como eu me refiro aos meus fãs, aumentou demais. Eu saio de cada apresentação como quem entregou 1000% e com a sensação de dever cumprido. Eu me cobro muito se eu não fizer isso e fico triste mesmo.

O que mais te motiva a compor? A pressão dos fãs e da produtividade é aliada?
Quando eu sinto que um álbum está carecendo de um grande hit, sinto uma pressão positiva para compor, mas, de modo geral, não é algo que me acompanha tanto assim porque eu realmente gosto muito de desafios, de sair da zona de conforto. Percebo que me torno muito improdutivo quando não existe essa motivação grande, então, dependendo do tipo de pressão, pode ser no meu caso uma coisa boa.

Qual a principal diferença que você nota entre o público carioca e o público das cidades do Nordeste que você visita?
Com certeza os fãs de todo o Nordeste têm uma peculiaridade no modo como demonstram emoção no show. Existe muito essa coisa do toque, do choro, da energia intensa, da vontade de estar junto, da vibração em estar participando daquilo, é muito visceral e contamina o artista.

E eu sinto que aqui as pessoas sentem e abraçam o artista sempre como se fosse o maior show que ele estivesse assistindo na sua vida. Por isso que os shows acabam sendo tão bons, acho que é uma grande troca. Recife é uma cidade que me acolheu desde a primeira vez que eu vim, em 2013, e retornar dez anos depois é uma alegria muito pessoal para mim.

Eu lancei agora o meu DVD Fases, que é o projeto mais importante da minha vida até então, que reúne os maiores sucessos da minha carreira como artista solo, como artista do ImaginaSamba, como compositor.

No trabalho, tem músicas como Esquece, que eu cantei com meu amigo Ferrugem, destaco também Remédio Amargo e No Mesmo travesseiro. São músicas lindíssimas que eu espero que entrem bem no coração das pessoas como entraram no meu. E um projeto que eu estou perdidamente apaixonado neste momento é o Pôr do Suel, que esse ano vamos fazer algumas edições em vários lugares do Brasil. Ainda está nos planos e em fase de organização, mas com certeza vamos viajar o país e espero muito que o Recife tenha um lugar especial no nosso cronograma.