Espetáculo multipremiado faz críticas à homofobia Turnê nordestina de "Maneiras de Tocar no Assunto" será encenada hoje e amanhã no Teatro Apolo, no Bairro do Recife. Apresentação tem entrada gratuita

Mareu Araújo
Giro Blog

Publicação: 19/04/2024 03:00

A manifestação da homofobia em três recortes da sociedade moderna é a matéria-prima do espetáculo 3 Maneiras de Tocar no Assunto, peça multipremiada nacionalmente e com duas apresentações gratuitas no Recife na estreia da turnê por 17 cidades do Norte e Nordeste. A montagem é encenada na capital pernambucana nesta sexta e sábado, no Teatro Apolo (Bairro do Recife), às 20h, e, em seguida, embarca para uma exibição única - também com entrada franca - em Petrolina, no dia 2, no Teatro Dona Amélia. A retirada dos ingressos será feita na bilheteria dos locais uma hora antes do início.

A encenação tem dramaturgia e atuação conduzidas pelo ator carioca Leonardo Netto, direção assinada por Fabiano Dadado de Freitas e já foi vista por mais de 15 mil espectadores desde a primeira apresentação, em 2019. Na bagagem, coleciona os prêmios Cesgranrio (Melhor Texto Nacional Inédito, Ator e Categoria Especial, pela direção de movimento de Marcia Rubin), APTR-RJ (Melhor Autor e Iluminação) e Cenym de Teatro Nacional (Melhor Monólogo), acumulando quase 20 indicações em premiações.

“O que me motivou a fazer esse espetáculo foi o retrocesso que a gente começou a viver de 2018 para cá. Uma certa legitimação da homofobia como uma coisa possível e aceitável na sociedade de uma forma geral”, diz o ator e dramaturgo Leonardo Netto.

Todas as sessões da peça serão 100% acessíveis com intérpretes de Libras, audiodescrição, monitoria para pessoas com deficiência intelectual e em locais com estrutura como corrimões, rampas, banheiros adaptados, iluminação adequada e plateia com reserva de espaços para pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida.

A montagem reúne três solos escritos e interpretados por Leonardo, colocando em pauta questões relacionadas à homossexualidade, ao preconceito e a comunidade LGBT+ em geral. Os textos fazem uma interlocução direta com o público.

“Homofobia mata todo mundo: o pai que teve a orelha arrancada por beijar o filho, os irmãos que foram linchados por andarem abraçados. Não adianta achar que você está livre porque você não é gay. Vivemos um retrocesso de entendimento sobre isso, um conservadorismo estúpido. A população LGBT no Brasil está alijada de quase setenta direitos previstos na Constituição”, ressalta Leonardo Netto, que abordou o tema por três instâncias distintas: a Escola, a Lei e o Estado.