Tarcísio do Acordeon inicia maratona junina Nos meses de maio e junho, vão ser mais de 90 apresentações em dez estados, como Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e São Paulo

Pedro Cunha
Especial para o Diario

Publicação: 02/05/2024 03:00

Um dos principais nomes em crescimento na música brasileira tem 30 anos de idade e traz consigo um acordeon. Tarcísio de Lima Sousa, o Tarcísio do Acordeon, está na linha de frente de uma nova geração que recria um dos gêneros regionais mais famosos do país: o forró. Dono de um timbre forte e inconfundível, o cantor e compositor, que pisou pela primeira vez no palco em 2013, viu a sua carreira tomar projeções nacionais nos últimos anos, após investir no piseiro, subgênero mais eletrônico do forró que cresceu em popularidade durante a pandemia, impulsionado por faixas virais no TikTok.

O cantor dá início a uma maratona de shows na próxima sexta-feira, no São João da Carvalheira, no Recife. Nos meses de maio e junho, vão ser mais de 90 apresentações em dez estados, como Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e São Paulo. “Junho é um dos meses mais bonitos no Nordeste. Toda casa ganha fogueira, assa milho, toca músicas regionais. É uma época que, como o carnaval, mostra todo o nosso valor, a nossa cultura. É lindo ver a tradição de uma festa nordestina bem acesa. Estamos na correria dos preparativos para fazer uma entrega maravilhosa”, conta.

Além da tradição, o músico pontua que é justamente no período de festas juninas que as famílias trabalham para pagar suas contas com a renda obtida nas festividades. “A importância do São João hoje é a fonte de renda para o nordestino. O São João é a época do ano em que muitas famílias tiram seu sustento”.

Tarcísio é daqueles casos em que a música está na veia. Filho de cantor de forró, ele conta que aprendeu a tocar violão aos oito anos em Campos Sales, cidade onde nasceu, no interior do Ceará, e que passou a infância na roça e, na adolescência, passava “temporadas” com o pai em São Paulo para tentar ganhar um dinheiro a mais. “Ainda criança, peguei acordeon para o nome porque me apaixonei pelo instrumento. Passamos muita necessidade na infância, mas sempre buscamos enxergar a vida com felicidade e otimismo. Lembro muito do sertão, das dificuldades que passamos e dos sonhos de crescer”.