Périssé em dose dupla
Heloísa Pérrisé participa ao lado da filha Antônia da dublagem da animação "Deu Preguiça" e falou com o Viver sobre esse universos das animações infantis
André Guerra
Publicação: 15/03/2025 03:00
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Antônia Périssé, a Tontom, estreia na dublagem ao lado da mãe, Heloísa Périssé |
O filme, dirigido por Tania Vincent, narra a história da filha pré-adolescente de uma família de preguiças que precisa se mudar para a cidade grande após seu lar ser atingido por uma tempestade, perdendo seu food truck e um importante livro de receitas. A jovem preguiça, Laura (voz de Tontom), tem de se unir à mãe, Gabi (voz de Heloísa), e ao restante do clã para proteger as suas tradições de uma empresária que ameaça tomar seus quitutes tão preciosos.
Crianças e pais que viveram o cinema de animação da década de 2000 certamente vão lembrar da voz da personagem Glória, a hipopótamo da série de filmes Madagascar, que colocou Heloísa Périssé no coração da dublagem brasileira. Em conversa exclusiva com o Viver, a atriz destaca o afeto que reconhece do público em todo o Brasil por conta do peso desses trabalhos.
"Estou muito feliz de ter participado desses desenhos porque, quando viajo pelo país, sinto que, além das minhas duas filhas, tenho vários filhos espalhados por aí", brinca. "Essa dublagem do Deu Preguiça me proporcionou ainda essa identificação com a personagem, a Gabi, com a qual eu pude ser mãe da minha filha até na ficção. Foi um projeto em que consegui, na inflexão da voz, passar esse meu lado maternal tão presente em várias outras coisas que faço".
Tontom
Filha de Heloísa com o diretor Mauro Farias, por sua vez filho do também diretor Roberto Farias (do clássico Assalto ao Trem Pagador), Tontom carrega a arte no sangue desde sempre, e tem enveredado pelo ramo musical. Ela viralizou com o single Tontom Perigosa, de 2024, mas a experiência de dublar pela primeira vez foi um marco na sua carreira, como revela no bate-papo com o Viver.
"Eu adorei ter recebido esse convite. No início fiquei um pouco nervosa por ser a primeira vez. Gravamos tudo em dois dias e, quando me toquei que o tempo seria esse, pensei: %u2018Como vamos conseguir? Será que vai ficar bom mesmo?%u2019", relembra. "Mas ter a minha mãe do lado me acalmou muito. Ela me dava conselhos, era sempre sincera e, ao mesmo tempo, cuidadosa comigo, além de me ensinar enquanto fazia. Foi uma oportunidade única de fazer esse trabalho observando o dela".
Mãe e filha terminam a conversa enaltecendo a força e o talento da dublagem brasileira, mencionando as animações e vozes que entraram para suas memórias afetivas. "As nossas dublagens são maravilhosas. Assistir a um filme dublado que fique tão legal quanto o original é a prova do quanto somos bons", celebram a uma só voz.