Parque das Graças terá festival gratuito
Palco Espiral prevê um dia inteiro dedicado à música, com apresentações de cantores, bandas e DJs , além de oferecer ações educativas
PEDRO FERRER
Publicação: 21/04/2025 03:00
A celebração da música sob um mosaico plural de linguagens artísticas é o mote da primeira edição do Palco Espiral, realizada no Parque das Graças, um dos mais novos equipamentos públicos de lazer e convivência do Recife, no próximo dia 3 de maio. O festival reserva um dia inteiro de atrações regidas pela arte sonora com uma programação gratuita de shows, artesanato, gastronomia, moda, literatura, exposições, apresentações de grupos culturais e ações educativas e de sustentabilidade. As atividades vão acontecer das 9h às 21h, com acesso gratuito para públicos de todas as idades.
O Palco Espiral mescla uma diversidade de artistas e manifestações culturais para proporcionar uma visão abrangente da música enquanto fonte de inspiração, envolvendo tanto crianças como adultos através da ocupação do espaço coletivo da cidade com arte e conscientização. A grade reúne músicos, DJs, artistas visuais, escritores, palhaços, arte-educadores, musicoterapeutas, realizadores de matizes distintas em atividades paralelas, simultâneas e destinadas a conciliar expressões da tradição com a efervescência contemporânea da cena recifense e pernambucana.
O evento também tem um caráter representativo e inclusivo através da seleção e escalação, entre as atrações, de artistas com atuação pela igualdade de gênero e da disponibilização de recursos de acessibilidade – com audiodescrição na visita guiada pelo festival e intérpretes de Libras durante os shows. “A proposta é envolver várias linguagens da atividade artística para mostrar como se inspiram na música e proporcionar um mergulho diversificado e qualificado na cultura em um espaço destinado a todos”, observa o produtor cultural e curador do festival, Rodrigo Silva. A programação artística completa está em fase de finalização e será anunciada ao público nos próximos dias.
A grade de atividades para além dos shows no palco principal do evento inclui a participação, pela manhã (a partir das 9h), do Grupo Pipoquinha, com espetáculo em circulação há mais de 40 anos e sob condução da doutora em educação Fátima Marinho.
A exposição das indumentárias e acessórios do Caboclinho 7 Flexas ocorre simultaneamente. A mostra sob condução da atriz, bailarina e educadora indígena Íris Campos apresenta e descreve a tradicional manifestação popular. Outros dois artistas visuais expõem ao público uma seleção especial de trabalhos conectados à música: o ilustrador e chargista Thiago Lucas e o artista visual e produtor Toni Braga. À tarde, o destaque é a apresentação do Cavalo Marinho Boi Pintado, grupo de brincantes populares da Zona da Mata pernambucana.
A vertente literária do Espiral fica a cargo de uma leitura performática do livro Sambas sobre Escombro, realizada pelo poeta, músico e produtor cultural goiano Philippe Wollney, acompanhado dos músicos Thiago Laranjeiras e Hugo Holanda, e do lançamento do livro Ópera no Recife Vol. 2, escrito pela pesquisadora e produtora cultural Karuna de Paula e pelo maestro e compositor curitibano Sérgio Deslandes.
O festival também contempla ações terapêuticas com sessões de musicoterapia executadas por Irene Travassos e pelo violonista, compositor e arranjador Ugo Barra Limpa. “Queremos proporcionar uma experiência sensorial múltipla para o público do festival através de contatos distintos com as formas de se fazer música”, acrescenta Rodrigo Silva.
A verve social do festival se estende à promoção de um curso gratuito, na semana anterior ao evento, de formação no trabalho de técnico de palco (roadie) para jovens em situação de vulnerabilidade social. As aulas se propõem a desvendar os bastidores de um setor em expansão – a montagem de evento – para qualificar os alunos e encurtar o percurso até a contratação pelo mercado.
O Palco Espiral tem apoio do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC), da Prefeitura do Recife.