Ministério da Educação deixou de tê-lo no comando

Publicação: 08/12/2018 03:00

No último dia 21, Mozart Neves Ramos viu o seu nome estampado na primeira página de todos os sites de grande circulação do país. O currículo do pernambucano e opiniões sobre ele também pipocaram na tarde daquela quarta-feira. “Mozart Neves será o ministro da Educação do governo Bolsonaro” era a manchete nos maiores portais de notícias do país. Um dia depois, porém, o presidente eleito anunciou o nome do colombiano Ricardo Vélez Rodríguez como ministro da Educação.

Duas semanas depois das especulações sobre o seu nome à frente da pasta, Mozart conversou com o Diario sobre o episódio. Confirmou ter sido convidado pelo futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para assumir o cargo federal. “Antes do resultado das eleições, fomos convidados (Mozart e Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna) para conversar com o então candidato (Bolsonaro). Ele não fez nenhum convite. Pediu apenas que o instituto colaborasse e elaborasse um documento, um diagnóstico que apontasse também soluções para os problemas apontados”, diz. A conversa durou uma hora e meia.

Onyx Lorenzoni fez contato com os representantes do Instituto Ayrton Senna após o encontro. Mozart e Viviane foram à Brasília para apresentar o documento que haviam prometido ao então candidato. Após a reunião, o ministro extraordinário do governo de transição convidou Viviane Senna para o cargo no Ministério da Educação. “Ela declinou, mas indicou o meu nome. Eu pedi um tempo para conversar com a minha família. Falei com a minha mãe, minha esposa e minhas filhas, que concordaram que eu podia contribuir para o país”, afirma.

Mozart estava com ida a Brasília agendada quando o seu nome pipocou na imprensa. “Quando isso aconteceu, surgiram dois movimentos. Um foi muito positivo, em que muitas pessoas, incluindo jornalistas, educadores e secretários apoiaram o meu nome. Em direção contrária, houve um posicionamento contrário”, observa. Após a avalanche de notícias – só o Instituto Ayrton Senna contabilizou mais de 1 mil notas, matérias, colunas e artigos sobre o pernambucano – e comentários envolvendo a sua história, Mozart avalia que é hora de contribuir para o país de outra forma. “A missão agora é ajudar o ministro na difícil tarefa de alfabetizar as crianças e valorizar os professores. Disse que precisaria falar com a família, mas tinha aceitado sim. Vou continuar participando dessa construção tanto pelo instituto quanto pelo Conselho (Nacional de Educação)”, garante.