O tempo de brincadeiras ao ar livre diminuiu nas últimas décadas. As consequências do confinamento das crianças e a falta de contato delas com a natureza repercutem na saúde, no desenvolvimento e na socialização delas. Insegurança, falta de áreas verdes, urbanização e migração das populações para as grandes cidades são fatores que ajudam a explicar o fenômeno e precisam ser enfrentados. Deixar as crianças em contato com a natureza desde a primeira infância pode trazer benefícios físicos, mentais e emocionais.

Pesquisas relacionam o contato com a natureza a questões como autonomia, saúde, bem-estar e redução da obesidade. “A gente vem acompanhando a questão da infância e percebe que de uns 20 anos para cá, existe uma tendência de a criança permanecer cada vez mais presa. Na verdade, todos estão mais presos, mas a criança sente mais”, afirma a pesquisadora do programa Criança e Natureza do Instituto Alana, Maria Isabel de Barros.

Mesmo vivendo em uma cidade altamente urbanizada como o Recife, a fisioterapeuta Márcia Ribeiro, 35, faz questão de estimular o contato do filho, Teo Ribeiro, 3, com a natureza, no Parque da Jaqueira. “Acho importante esse contato com o ar livre”, diz ela.