A cidade é um espaço de oportunidades para desenvolver as habilidades na primeira infância. É também um local de aprendizagem. O território funciona como “cidade educadora” quando, para além das funções básicas, integra políticas públicas com foco em servir de ambiente pedagógico.

“As cidades deixaram de ser um espaço de encontro, de relações. Passamos a ficar cada vez mais nos espaços privados e pensá-la como local de trânsito”, analisa a pesquisadora do programa Criança e Natureza do Instituto Alana, Maria Isabel de Barros. Para ela, as cidades precisam de áreas verdes limpas, de estruturas para que as famílias possam acessar.

O Recife, diante da verticalização, carecia de espaços aptos ao deslocamento e ocupação das crianças.  Assim o projeto Mais Vida nos Morros, da prefeitura, redirecionou o olhar para a primeira infância, redesenhando espaços e adequando morros da Zona Norte para os pequenos. “As intervenções são realizadas com a participação das crianças das comunidades”, afirmou o secretário-executivo de Inovação Urbana, Tullio Ponzi. Doze localidades passaram por intervenções. A última foi o entorno da Rua Catiguá, no Vasco da Gama, onde vive Geovanna, 5, filha de Mônica Mendonça. Depois de ver a própria casa pintada e a praça reconstruído, a menina agora pede para brincar ao ar livre.