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Aposta no ensino integral e na primeira infância
Pernambuco e o Recife investem em projetos de longo prazo para mudar o panorama da educação
Anamaria Nascimento
anamaria.nascimento@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 18/10/2019 03:00
O futuro depende de investimentos na área de educação. Investir na formação de crianças, adolescentes e adultos é determinante para taxas de produtividade, renda e até de violência. Outros indicadores, como os de desenvolvimento socioeconômico e de qualidade de vida, também estão atrelados a quanto se investe em educação. Um levantamento feito nos Estados Unidos comprovou que, para cada dólar direcionado à educação infantil de qualidade, o país deixava de gastar 16,4 dólares com saúde e segurança.
O Brasil tem metas para indicar se a educação básica do país está avançando com qualidade. Essas metas foram instituídas em 2005 e são aferidas a cada dois anos pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para verificar se o país vai atingir a nota 6 (nível correspondente ao de nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE) até 2021, foram instituídas metas bienais que devem ser atingidas não só pelo país, mas também por escolas, municípios e unidades da Federação. A ideia é que cada instância evolua a fim de colaborar para que o país alcance a meta final.
Em Pernambuco, a principal aposta tem sido nas escolas de tempo integral. Hoje, o estado tem 412 unidades que seguem o modelo, exportado para outras redes. Em 2004, foi lançado o modelo para aumentar a qualidade do ensino e diminuir a evasão no ensino médio. Além de ampliar a jornada diária, o estado apostou na formação integral dos estudantes, por meio do protagonismo dos adolescentes e da construção de um projeto de vida.
O projeto-piloto foi transformado em política pública com a criação do Programa de Educação Integral, em 2007, e o estado saltou no ranking nacional do Ideb, do 21º lugar, em 2007, para o primeiro lugar, em 2015. Pernambuco se tornou ainda o estado com a menor taxa de abandono escolar no ensino médio e menor desigualdade de aprendizagem entre estudantes de nível socioeconômico mais baixo e mais alto.
O secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Fred Amancio, enfatiza que, mais do que investir em escolas de tempo integral, na criação de escolas técnicas e de programas como o Ganhe o Mundo, o principal passo que a educação deu no estado foi elaborar um plano de mudança. “O importante é fazer a decisão pela transformação. É fazer um diagnóstico, um planejamento estratégico e realizar ações conectadas”, afirma.
No Recife, a prioridade, de acordo com o secretário de Educação Bernardo D'Almeida, é investir nas habilidades socioemocionais dos alunos. “Nosso foco é na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental. Pretendemos, ao contrário do que propõe o governo federal ao defender o modelo de escolas cívico-militares, ampliar a rede de escolas socioemocionais. Acreditamos que as habilidades que as crianças vão precisar no futuro estão ligadas à empatia e à solidariedade. O estudante estará pronto para aprender além da grade curricular. Ensinar empatia é fazer com que eles sempre aprendam, mesmo quando não estejam na escola”, pontua.
Educação em Pernambuco
8.660 escolas públicas e privadas
Equipamentos
O que os alunos têm à sua disposição nas escolas
Como as unidades são servidas
A infraestrutura interna das unidades
O Brasil tem metas para indicar se a educação básica do país está avançando com qualidade. Essas metas foram instituídas em 2005 e são aferidas a cada dois anos pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para verificar se o país vai atingir a nota 6 (nível correspondente ao de nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE) até 2021, foram instituídas metas bienais que devem ser atingidas não só pelo país, mas também por escolas, municípios e unidades da Federação. A ideia é que cada instância evolua a fim de colaborar para que o país alcance a meta final.
Em Pernambuco, a principal aposta tem sido nas escolas de tempo integral. Hoje, o estado tem 412 unidades que seguem o modelo, exportado para outras redes. Em 2004, foi lançado o modelo para aumentar a qualidade do ensino e diminuir a evasão no ensino médio. Além de ampliar a jornada diária, o estado apostou na formação integral dos estudantes, por meio do protagonismo dos adolescentes e da construção de um projeto de vida.
O projeto-piloto foi transformado em política pública com a criação do Programa de Educação Integral, em 2007, e o estado saltou no ranking nacional do Ideb, do 21º lugar, em 2007, para o primeiro lugar, em 2015. Pernambuco se tornou ainda o estado com a menor taxa de abandono escolar no ensino médio e menor desigualdade de aprendizagem entre estudantes de nível socioeconômico mais baixo e mais alto.
O secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Fred Amancio, enfatiza que, mais do que investir em escolas de tempo integral, na criação de escolas técnicas e de programas como o Ganhe o Mundo, o principal passo que a educação deu no estado foi elaborar um plano de mudança. “O importante é fazer a decisão pela transformação. É fazer um diagnóstico, um planejamento estratégico e realizar ações conectadas”, afirma.
No Recife, a prioridade, de acordo com o secretário de Educação Bernardo D'Almeida, é investir nas habilidades socioemocionais dos alunos. “Nosso foco é na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental. Pretendemos, ao contrário do que propõe o governo federal ao defender o modelo de escolas cívico-militares, ampliar a rede de escolas socioemocionais. Acreditamos que as habilidades que as crianças vão precisar no futuro estão ligadas à empatia e à solidariedade. O estudante estará pronto para aprender além da grade curricular. Ensinar empatia é fazer com que eles sempre aprendam, mesmo quando não estejam na escola”, pontua.
Educação em Pernambuco
8.660 escolas públicas e privadas
Equipamentos
O que os alunos têm à sua disposição nas escolas
- 79% têm televisão
- 69% aparelho de DVD
- 57% impressora
- 37% máquina copiadora
- 20% retroprojetor
- 17% antena parabólica
Como as unidades são servidas
- 100% têm fornecimento de energia via rede pública
- 92% fornecem água filtrada
- 76% fornecem alimentação
- 72% têm coleta de lixo periódica
- 65% têm fornecimento de água via rede pública
- 44% têm esgoto via rede pública
A infraestrutura interna das unidades
- 93% têm sanitário dentro do prédio da escola
- 84% têm cozinhas
- 58% sala para a diretoria
- 50% sala para os professores
- 41% biblioteca
- 29% laboratório de informática
- 22% sala de leitura
- 23% quadra de esportes
- 14% sala para atendimento especial
- 10% laboratório de ciências
- 62% das escolas têm acesso à internet
- 47% das escolas têm internet banda larga
- 107.019 estudantes em creches
- 231.043 em pré-escolas
- 737.135 nos anos iniciais do ensino fundamental
- 564.795 nos anos finais do ensino fundamental
- 339.909 no ensino médio
- 193.302 na Educação de Jovens e Adultos
- 41.852 em educação especial
- 28% das escolas têm dependências acessíveis aos portadores de deficiência
- 36% das escolas têm sanitários acessíveis aos portadores de deficiência