Entrevista: Professor Dr. Degislando Nóbrega Pró-reitor de Graduação e Extensão

Publicação: 18/10/2019 03:00

Qual a importância da Escola para o futuro da Unicap e da educação nacional?
A carreira do professor ainda é bastante desvalorizada. Vemos, atualmente, uma tendência de hostilizar a ciência e o conhecimento. Queremos, com esse gesto, marcar nossa posição em termos de valorização da docência, do ensino, da ciência e, em resumo, da educação como ferramenta singular e indispensável para a transformação do país.

Como participar da Escola de Educação e Humanidades?
O ingresso para os cursos será através do nosso vestibular, realizado em dezembro. Todas as licenciaturas presenciais estarão no portfólio de ofertas de vagas. Os interessados na segunda formação, que se destina a portadores de diploma que queiram se habilitar como docentes, poderão ingressar em 2020 como portadores de diploma. Antes, existia apenas duas licenciaturas nesse formato. Agora serão sete licenciaturas nessa condição. O ingresso nesses cursos não se dá pelo vestibular. Será aberto em janeiro.

Quais as principais novidades no processo de formação de professores?
O que pesa agora é a inovação, a reconfiguração da nossa dedicação à formação dos professores. A Escola é um ecossistema que renova essa nossa tradição e avança no sentido de qualidade. Atentos ao contexto atual, marcado pela presença da tecnologia, pela sede do saber fazer, nós estamos inovando. Queremos estreitar a relação entre a academia e as redes de ensino do estado, da prefeitura e do segmento particular. Queremos que as demandas e desafios do cotidiano, das politicas públicas em relação à educação, entrem cada vez mais no cotidiano de nosso processo formativo de professores. O gosto pelo ensino e a constante pesquisa devem ser priorizados, de modo a que a formação do professor esteja antenada com as demandas da sociedade.

De que tipo de professor a sociedade contemporânea precisa?
De atitude ética, habilidade para lidar com adversidades, competência para compreender o papel de sujeito dos alunos no processo formativo. Os jovens já têm acesso a muitas informações, eles se sentem cada vez mais protagonistas. Isso exige o desenvolvimento de habilidades que capacitem o professor a ser mediador, em vez de um transmissor do conhecimento. Cabe ao professor facilitar a sistematização crítica das informações que já estão disponíveis e dispersas, descontextualizadas.

E qual o impacto social dessa iniciativa?
O impacto social é que a gente contribui com o país e com Pernambuco, ampliando o número de docentes habilitados. É muito comum, sobretudo no interior, que o estado tenha que compor o seu quadro com pessoas que têm gosto pelo ensino, mas não têm a licenciatura adequada para as matérias em que atuam. Nesse sentido, podemos ir mais longe: com a modalidade EaD, conseguimos atingir outros lugares, facilitando o acesso, a obtenção dessa habilitação como professor na matéria em que aqueles profissionais já atuam.