Vaga conquistada no braço Dependendo do cargo almejado no concurso, o candidato precisa passar também pelo teste de aptidão física. Demanda de exercícios é variada

Lara Ximenes
laraximenes.pe@dabr.com

Publicação: 31/08/2014 03:00

Irandy Alves não precisou de ajuda profissional por conta dos hábitos saudáveis que já tem (ROBERTO RAMOS/DP/D.A PRESS)
Irandy Alves não precisou de ajuda profissional por conta dos hábitos saudáveis que já tem
Quando o concurseiro almeja carreira militar ou na área de segurança, já sabe que a preparação não será apenas na teoria. Nesses casos, a rotina se divide entre o estudo e os exercícios físicos para a prova de aptidão física, que tem como objetivo testar e avaliar as capacidades motoras, o condicionamento físico e a resistência exigidos para os cargos. A demanda de exercícios é variada e dinâmica, formada por repetições de barra, marinheiro (também conhecido como flexão de base), corrida, abdominal e salto vertical. No teste, é estabelecido um mínimo de repetições em um determinado limite de tempo.

Segundo o personal trainer Tiago Melo, o ideal é você treinar sempre para fazer um pouco a mais do que o que é pedido. “É necessário ter essa garantia, pois na hora da prova o nervosismo pode atrapalhar o candidato e ele acabar fazendo menos do que o exigido.” Como os órgãos públicos também exigem um exame médico e cardiológico, outra dica é fazer um check-up antes e procurar um nutricionista para balancear a dieta e saber o que comer durante a preparação. “O ideal é o candidato começar a se preparar com antecedência, no mínimo quatro meses”, complementa Tiago.

Assim como ele, o coordenador pedagógico do Nuce Concursos, Cícero Nunes, também recomenda que a preparação física não seja postergada. Ele conta que, em muitos casos, o candidato sabe que vai passar pelo teste de aptidão física, mas se descuida no preparo e nos treinos. “Muitas reprovações acontecem no teste de aptidão física porque os candidatos costumam estudar apenas a teoria e só depois da prova escrita resolvem se preocupar com os treinos físicos. O segredo está em intercalar o estudo ao treino”, diz o coordenador.

Segundo Cícero, não adianta fazer um investimento financeiro e psicológico num concurso se não há disposição para treinar. “O mais interessante é que o exercício físico também vai ajudar o candidato na hora de estudar. Ao se exercitar ele oxigena bem o cérebro e fica mais disposto”. Quanto à opção de treinar com um personal, ele indica caso a pessoa não tenha a força de vontade de fazer os exercícios sozinha.

“É comum desenvolver a tendência de relaxar e ficar com preguiça devido à rotina. Se existem condições para contratar um profissional, ajuda bastante. Mas como os exercícios são bastante populares, com força de vontade também é possível fazer sozinho”, reforça Cícero Nunes. Já Tiago Melo reforça a necessidade de uma boa noite de sono. “As pessoas não devem deixar de dormir no mínimo 7h. Isso influencia diretamente.”

Rotina ajudou
Irandy Alves, 40, foi recém-aprovado no teste de aptidão física da Secretaria Estadual de Ressocialização e conta que a preparação dele não precisou de ajuda profissional. A rotina já carregava hábitos positivos, como uma alimentação light, o hobby de andar sempre de bicicleta e fazer barra em casa. Para complementar o preparo, passou a correr e fazer séries de abdominal pela manhã e à noite.

Como ele tinha sido atleta na juventude, a base do atletismo e da natação ajudaram a motivar os treinos sozinho. “Quando soube que passei para a etapa física da prova, intensifiquei a corrida, que era minha maior dificuldade. Passei a correr no calçadão de Boa Viagem marcando o tempo necessário para atingir o limite exigido”, conta Irandy, até então advogado.