Fique de olho no perfil das bancas Organizadoras dos concursos têm formas bem diferentes de abordar os conteúdos do edital. Quem se liga nisso sai na frente na seleção

Yasmin Freitas
ESPECIAL PARA O DIARIO
yasminfreitas.pe@dabr.com.br

Publicação: 28/12/2014 03:00

Cristiane Ferreira diz que Esaf e Cespe, as bancas mais temidas, preparam seleções bastante exigentes (RICARDO FERNANDES/DP/D.A PRESS)
Cristiane Ferreira diz que Esaf e Cespe, as bancas mais temidas, preparam seleções bastante exigentes
Estar preparado para encarar a seleção teórica de um concurso vai além do domínio dos conteúdos do edital. É preciso que o candidato conheça bem o modelo de prova para ganhar tempo e experiência e sair à frente dos concorrentes. E quando o assunto é banca examinadora, Escola de Administração Fazendária (Esaf), Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe), Fundação Cesgranrio, Fundação Carlos Chagas (FCC) e Fundação Getulio Vargas (FGV) são nomes de peso no cenário dos concursos. Entendê-las significa estar preparado para enfrentar as seleções de grande porte que acontecem no país.

Participante dos certames da Controladoria Geral do estado de Pernambuco (2010) e da auditoria da Receita Federal (2012), a técnica ministerial Cristiane Ferreira, 30, tem experiência com as duas bancas mais temidas pelos concurseiros, Esaf e Cespe, e conta que ambas preparam seleções bastante exigentes. “As provas pedem capacidade de interpretação elevada. A cobrança das leis também era rígida, com casos de aplicação e não apenas do texto puro.”

Para a sócia-diretora do Grupo Nova Concursos, Juliana Pivotto, é possível destacar ainda a cobrança de grande parte dos editais por parte da Cespe, mas não da Esaf. “Nesse caso, a resolução de provas se torna ainda mais importante, porque permite enxergar a recorrência de alguns conteúdos e focar neles”, ensina. Outro ponto interessante é que a Cespe tem um perfil multidisciplinar, capaz de relacionar diversos conteúdos em uma única questão, além de apostar em provas em que é preciso julgar as afirmações como Certo (C) e Errado (E) e um erro anula um acerto. “Significa dizer que o candidato só deve responder quando tiver boa convicção”, diz Juliana.

Metódica
Outra banca de destaque é a Cesgranrio, conhecida por elaborar concursos metódicos. “As provas são separadas por disciplinas e pedem que o candidato mais decore do que interprete”, releva a sócio-diretora do Grupo Nova. Também há forte presença de gráficos e enfoque em questões de atualidades. “A banca também costuma repetir as questões de anos anteriores. Por isso o concurseiro deve ficar de olho nas provas que já passaram”, afirma Juliana. É o cuidado da administradora Keyla Simões, 30, estudante do Jaula Cursos que se prepara há um ano e meio para o concurso da Petrobras, de responsabilidade da Cesgranrio. “Depois que terminei de estudar a teoria, separei um tempo para focar só na resolução de provas tanto da própria Petrobras quanto de outros concursos similares da banca”, conta.

FGV e FCC também têm características especiais que merecem atenção. A primeira é mais objetiva, pautada em decorar o conteúdo. Já a segunda se caracteriza pela imprevisibilidade. “É uma banca que não segue padrões, então o concurseiro deve resolver exercícios variados e não deixar de estudar nenhum item”, afirma Juliana Pivotto.

Saiba mais

Confira algumas características de cada banca Esaf

Interpretação de texto em alta
Questões complexas e bem elaboradas
Recorrência de conteúdos

Cespe
Multidisciplinaridade
Questões de Certo (C) ou Errado (E)
Abordagem ampla dos itens do edital

Cesgranrio
Banca metódica
Exploras gráficos e imagens
Usa questões de provas anteriores

Fundação Getulio Vargas
Banca imprevisível e sem padrões
Variedade de estilo das questões
Textos longos e cobrança de gramática e interpretação de texto

Fundação Carlos Chagas
Questões objetivas
Conhecimento literal
Enunciados de múltipla escolha