Depois de trabalhar durante dois turnos do dia, a assistente social Alba Bezerra já não tem mais forças para ir até o cursinho e absorver os conteúdos que podem estar presentes nas provas. Para não ficar atrás da concorrência e se manter no páreo da disputa pelas vagas no serviço público, ela optou pelas videoaulas. O recurso também é utilizado por estudantes que, assim como Alba, preferem estudar na comodidade do lar, sem precisar se dirigir a um espaço físico para aprender e revisar as matérias.

“Uma das vantagens das aulas a distância é fazer o próprio horário. As disciplinas podem ser trabalhadas conforme a minha disposição para estudar, diferentemente dos cursos presenciais”, explica a concurseira. A flexibilidade de horários das aulas virtuais é vista como um aspecto positivo até mesmo para quem tem disponibilidade para frequentar as aulas presenciais. “Tenho tempo para assistir às aulas em cursinhos, mas prefiro não me deslocar. As aulas online funcionam porque criei um cronograma e tento segui-lo todos os dias”, explica o concurseiro Diego Santos, à espera da prova do Ministério Público da Paraíba.

A modalidade de aulas também atraiu a atenção do concurseiro Victor Albanez, não só pela comodidade, mas também pelo preço. “Em alguns casos, as aulas online custam um pouco menos do que as presenciais”, comenta o bacharel em direito, que aguarda o concurso para delegado da Polícia Civil de Pernambuco. “Posso estudar até de madrugada e transformar o tempo que gasto para me deslocar para o cursinho em tempo de estudo”, pontua.

Para os professores, o empenho e a disciplina para assistir ao material são importantes para que as aulas virtuais possam, de fato, auxiliar o estudante com os conteúdos. “Há pessoas que não se adaptam à modalidade online porque sentem dificuldades em montar uma rotina”, explica Bruno Trigueiro, professor de processo penal do Espaço Jurídico. Segundo ele, a possibilidade de montar o próprio cronograma de estudos pode ter o efeito contrário caso o aluno não tenha comprometimento para assistir às aulas pelo computador.

Para Alexei Silva, professor de informática para concursos dos espaços Jurídico, e Heber Vieira, o material de aulas online deve servir como complemento. “As dúvidas dos alunos podem ser esclarecidas por meio de chats ou e-mails, mas a interação e a possibilidade de explicar usando vários exemplos para que o estudante compreenda o assunto não existem nessa modalidade”, afirma. Para quem tem as videoaulas como única fonte de estudo, a recomendação é investir em bons livros e procurar fontes diversificadas de estudo. “Fazer muitas questões e procurar aulas de cursos diferentes, para mesclar a didática dos professores, também são boas alternativas”, sugere o professor.