Yasmin Freitas
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Publicação: 24/05/2014 03:00
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João Jadhyel sabe tocar qualquer instrumento de percussão |
Quando os africanos desembarcaram no Brasil já tinham um destino certo: o de trabalhar como escravos nas plantações de cana-de-açúcar para ricos proprietários de terra. Foram muitos anos de sofrimento, castigos e trabalho pesado sem nenhuma recompensa. Mas quando a liberdade finalmente chegou, o povo africano a recebeu cantando. Dos vários ritmos, passando pelo samba e pela capoeira, as heranças musicais trazidas pelos negros ainda nos tempos de colonização do Brasil e também depois dela formam uma parte muito rica da nossa cultura. É por isso que a edição de hoje do Diarinho está em ritmo afro. Através do som do berimbau ou atabaque, do pandeiro ou saxofone, vamos percorrer a história da música produzida no continente africano.
Maracatu que vem de berço
Os pais de João Jadhyel, 4 anos, estudante do Infantil II na Escolinha da Elba, se chamam Shacon e Joana, mas o menino poderia muito bem se dizer filho do maracatu. Desde os primeiros passos, a batida faz parte de seu dia a dia. “Quando eu tinha oito meses de vida, aprendi a tocar caixa. Depois vieram o atabaque, a alfaia, o agbê… Na verdade, eu posso tocar qualquer instrumento de percussão, é só pedir”, diz .
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Gingado na roda de capoeira
Berimbau, atabaque, agogô e pandeiro são os instrumentos que não podem faltar na capoeira. Um deles é a paixão de Emily Maira, 10 anos, estudante do 4º ano da Escola Professor Wilson de Sousa. “Quero aprender a tocar pandeiro! Eu já sabia gingar quando minha mãe quis que eu praticasse capoeira”, conta. O ritmo também nasceu dentro das senzalas e o mais impressionante é que, apesar de ser considerada uma arte macial, a capoeira é cheia de musicalidade. Funciona como uma dança e incorpora até outros estilos, como o samba.