Em busca do tempo perdido Momento de recuperação no fim do ano letivo requer atenção e dedicação para se apropriar do conteúdo não aprendido ao longo das aulas

Emília Prado
Especial para o Diario

Publicação: 11/11/2017 03:00

Provas, trabalhos em grupo, feira de ciências. Final do ano na escola passa por tudo isso. O período exige ainda mais dedicação dos alunos aos estudos e, para ficar a par de cada detalhe, organização é fundamental. A etapa da recuperação, normalmente temida pelos estudantes, é uma chance de rever o conteúdo que não foi totalmente aprendido com as aulas do ano letivo.

Pietra Louise, de 9 anos, está no 4º ano do fundamental. Na semana de provas, a estudante acorda mais cedo para estudar, mas confessa que fica nervosa mesmo quando revisa bem o assunto. “Sinto mais dificuldade em português, então estudo mais e já estou conseguindo superar os assuntos dessa matéria. Teve até um dia que expliquei para a minha mãe sobre adjetivos e substantivos. Ela sempre me ajuda, mas nesse dia eu que ensinei pra ela”, conta a garota. A feira de ciências da escola foi uma oportunidade para ela estudar bem um assunto e, na hora da prova, se sentiu segura para mostrar o que aprendeu.

Pietra costuma se reunir na biblioteca em alguns recreios com as amigas para estudar: “Como cada uma sabe mais de alguns assuntos, a gente se ajuda e tira nossas dúvidas juntas”. Pedro Lucas, de 12 anos, usa a mesma estratégia. Ele está no 7º ano e, já que estuda à tarde, combina com os amigos uma manhã de estudo coletivo na biblioteca da escola. “Em casa estudo sozinho, mas às vezes peço a ajuda da minha mãe. Não acho os assuntos difíceis, mas quando as provas são marcadas em datas muito próximas a gente precisa se organizar e estudar mais”, explica Pedro.

Segundo a coordenadora pedagógica da Escola Arco-Íris Nara Lira, a recuperação é um momento de lidar com a realidade, com a verdade. “Esta etapa não deve ser vista como um castigo, mas como uma oportunidade de rever os assuntos e demonstrar avanço”.

A maior dificuldade que Rodrigo Ferraz, 11 anos, sentiu quando entrou no 6º ano foi a quantidade de assuntos abordados na mesma prova. Nas séries iniciais o estudante estava acostumado a ser avaliado em apenas um assunto por vez. A mudança fez com que Rodrigo reforçasse os estudos. “No final do ano fico sob pressão na escola. Tenho que acordar mais cedo para estudar mais, às vezes até na hora do recreio eu fico na sala lendo algum assunto”. No início do ano o garoto teve dificuldades com matemática e ficou chateado com o desempenho, mas está se esforçando para melhorar, acordando mais cedo para estudar mais, por exemplo.

“Em casa, estudo sozinho, mas às vezes peço a ajuda da minha mãe. Quando as provas são marcadas perto, a gente precisa se organizar”

Pedro Lucas, estudante

"Sinto mais dificuldade em português, então estudo mais e já estou conseguindo superar os assuntos dessa matéria”
Pietra Louise, estudante