Adotar é uma prova de amor Cachorrinhos e gatinhos abandonados nas ruas podem se tornar excelentes animais de estimação após serem resgatados e receberem os cuidados necessários

texto: Emília Prado | Especial para o Diario

Publicação: 20/01/2018 03:00

É comum sonhar em ter um bichinho para chamar de seu. Muitos realizam o sonho comprando um filhote no pet shop depois de escolher a raça da qual mais se agradaram. Neste processo de escolha, algumas pessoas nem consideram os animais que foram abandonados e vivem nas ruas, chamados de “vira-lata”, que precisam de tanto amor quanto os filhotes de vitrine.

Lorena Freitas, 8 anos, já teve um labrador que amava muito, mas que faleceu repentinamente. Lorena ficou triste, pois não esperava ficar sem seu bichinho tão cedo. No dia do seu aniversário de 7 anos, sua mãe, Tarcilene Freitas, achou que ela ficaria feliz com um novo animal, então adotou uma filhote vira-lata, que foi achada junto com outros em um terreno baldio e recolhida por protetores de animais. Foi assim que Lorena e Charlotte se encontraram, e foi amor à primeira vista.

Pouco tempo depois, voltando do supermercado, mãe e filha acharam um cão no estacionamento, já adulto e todo machucado. Lorena lembra bem da cena: “Ele quase não tinha pelos e tinha uma ferida muito feia, que aparecia até o osso dele”. Mesmo sem planos de adotar mais um bichinho naquele momento, Tarcilene pegou o cachorro que estava abandonado e levou para casa. Hoje, ele atende por Max e é um animal bonito e saudável. Para completar a família, o gatinho Galego apareceu de repente na casa da família Freitas, que o acolheu logo na primeira visita. Tarcilene considera a adoção importante não só para o bichinho, mas também para a criança, que “vai crescer vendo um exemplo de solidariedade e carinho”.

Shayllany Maria, 11 anos, não resiste a um gatinho. Mesmo com dois em casa, todos achados na rua pela mãe, ela não deixou que a mãe entregasse a alguma instituição um terceiro, encontrado em situação de abandono. “Eu disse que precisava de um gato para mim, porque a minha mãe já tinha um e o meu pai também. Faltava o meu”, recorda Shayllany, que hoje não se separa de Zé, o bichano.

Cat foi achada na calçada da casa de João Renato, 9 anos, enquanto ele andava de bicicleta com o pai. Procuraram alguém que quisesse adotá-la, mas Cat acabou ficando. Não passou muito tempo e a gata teve cinco filhotinhos, dos quais dois já foram adotados. João e sua irmã Maria Júlia, 11 anos, já tinham três cachorros em casa: Leo, Che e Barack, todos adotados. “Adoramos brincar com os bichinhos, até escolhemos um dos filhotes de Cat para ficar, um macho chamado Garrinha”, diz Júlia.

ADOÇÃO RESPONSÁVEL

Os bichinhos adotados costumam vir de uma situação delicada, de pouca comida e higiene. Às vezes até passaram por maus-tratos. O primeiro passo ao achar ou adotar um animal é levá-lo ao veterinário. A partir daí, o médico avalia o quadro de saúde e orienta o que deve ser feito com mais urgência, como vacinas, castração ou tratamento com vermífugo (remédio de verme para cachorros).

Feirinhas de adoção
De tempos em tempos, instituições, governos ou até mesmo ONGs organizam eventos para estimular a adoção de gatinhos e cachorrinhos de rua. São ótimas opções para conhecer um pouco mais sobre esses bichinhos e, quem sabe, encontrar o seu novo companheiro de aventuras.