O balancê das quadrilhas infantis No Recife, a quadrilha mais antiga para o público infantil é a Pisa na Fulô Mirim foi criada em 1992 por dona Josefa, bairro do IPSEP; Zona Sul da cidade

texto: Emannuel Bento
emannuel.bento@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 16/06/2018 03:00

A festa de São João é conhecida por muitas tradições desde as comidas típicas, fogueira, fogos de artifício, forró e, claro, as animadas quadrilhas juninas em seus trajes típicos de caipira. O ritmo é ditado pelos passos como anarriê, anavantú e balancê, que encantam o público nos festivais de quadrilha. E não são apenas os adultos, as crianças também ganharam espaço com os grupos infantis para participar das competições realizadas em diversas cidades pernambucanas. Os pequenos interpretam personagens como casal de noivos, padre, delegado, padrinhos e casais convidados da festa de casamento.

No Recife, a quadrilha infantil mais antiga é a Pisa na Fulô Mirim, criada em 1992 por dona Josefa, no bairro do IPSEP, Zona Sul. Ela teve a iniciativa porque sua neta queria dançar em uma quadrilha, mas na época só existiam grupos adultos. Com a chegada no período junino este ano, os 32 pares de crianças da Fulô já começaram a ensaiar para fazer bonito na disputa. Gabriel Silva, de 8 anos, é um dos mais jovens do grupo e já está afiado com todos os passos da dança e  fica na frente da apresentação para chamar atenção do público.

“Sou da Fulô desde os quatro anos, comecei a ir aos ensaios por causa da minha irmã mais velha”, contou o menino, que decidiu entrar para o grupo por gostar de dançar. Desde então, ele ganhou várias medalhas por seu desempenho como mascote. “Já estamos ensaiando para uma competição no dia 16. Queremos mesmo ganhar a competição da Faquajuce (Federação Junina de Quadrilhas), porque ano passado fomos vice”, diz ele.

Na dança, o par de Gabriel é Emilly Vitória, 7. Ela passou a ensaiar por conta de sua mãe. “Eu gostei muito das roupas e das danças, os ensaios são legais. Eu achei difícil de aprender, mas com o tempo aprendi tudo”, conta. Quando crescer, seu sonho é ser a noiva, a principal personagem feminina da quadrilha. Na Fulô, a noiva esse ano será Clara Freire, 9. “Antes, eu era matuta, mas sempre quis ser noiva ou rainha”, diz a recifense, que participa da quadrilha desde os seis. “Desde  pequenininha sempre fui apaixonada por quadrilha, entrei na Pisa porque pedi. E desde então tem sido tudo feito com muito amor, carinho, várias coisas boas”.

CONCURSO
A Prefeitura do Recife voltou a realizar este ano as competições para quadrilhas mirins, depois de cinco anos. Até 12 quadrilhas participam do concurso, cada uma com no mínimo 16 pares de até 15 anos. As eliminatórias infantis serão realizadas nos dias 26 e 27 de junho, a partir das 18h, no Compaz Governador Eduardo Campos, no bairro Alto Santa Terezinha. A final será no Sítio Trindade, no dia 28 de junho, a partir das 18h.