Tradição na fé cristã há 1,5 mil anos

Publicação: 02/09/2017 03:00

O Ministério dos Diáconos é antigo. Após o século 5, entrou em declínio lentamente até o ponto de chegar a ser somente uma fase intermediária para os candidatos à ordenação sacerdotal. A diaconia foi somente resgatada pelo papa Paulo VI e oficializada no Concílio do Vaticano II (1965). O papa João Paulo II agradeceu os diáconos permanentes pela “missão que realizam pela Igreja como servidores do Evangelho, acompanhando com frequência no marco profissional, que é o primeiro contexto de seu ministério, o povo cristão”. O serviço está inserido nas pastorais sociais.

Na Arquidiocese de Olinda e Recife funciona a Escola Diaconal, ligada ao Instituto de Filosofia e Teologia, que é responsável pela formação dos diáconos. Com as bênçãos do Vaticano, o número de colaboradores vem crescendo cada vez mais. Já são mais de 45 mil no mundo e dois mil no Brasil. “Em nossa Arquidiocese de Olinda e Recife, os diáconos estão inseridos especialmente nas paróquias de grande extensão geográfica, em colaboração com os párocos, auxiliando-os na animação pastoral. A atuação dos diáconos é muito importante na dimensão da caridade, nas paróquias”, explicou o arcebispo dom Fernando Saburido.

Os diáconos devem concilar suas funções profissionais com as da igreja, pois não recebem para servir. Os solteiros e viúvos podem ingressar no serviço de diácono, desde que assumam o celibato como qualquer outro sacerdote católico. Na ordenação, eles fazem votos de obediência, pobreza e castidade. Na igreja, desempenham quase tudo que faz um padre, exceto a consagração da hóstia e absolvição dos pecados, sacramentos da eucaristia e confissão.

O trabalho dos diáconos também ultrapassa os muros da igreja. O advogado Arnaldo Martins de Miranda, 73, é um exemplo. Ordenado em 2011, ele integra o Conselho da Pastoral Carcerária há 13 anos. “Preparei-me durante sete anos”, disse. Arnaldo é ligado à Matriz do Santíssimo Coração Eucarístico de Jesus, no bairro do Espinheiro, Zona Norte da capital pernambucana.

Segundo o Anuário estatístico da Igreja Católica, o Anuário pontifício 2017 e o Anuarium statisticum ecclesiae 2015, o número de diáconos permanentes mostrou uma dinâmica evolutiva. Aumentou em 2015 de 14,4% em relação aos dados registrados nos cinco anos anteriores, passando de 39.564 a 45.255 unidades. O número de colaboradores cresce em todos os continentes em ritmo significativo. Na América e na Europa estão 98% do total. Na Oceania, ficam menos de 1%.