Publicação: 11/11/2017 03:00
Santo para muitos, frei Damião era um homem de carne e osso. Comia e dormia pouco, mas tinha suas preferências gastronômicas. Sempre que podia tomava refrigerante na hora do almoço e nas reuniões do convento. O preferido era o guaraná Antarctica. Não suportava jerimum. O feijão tinha que vir sem legumes. Como qualquer homem, também tinha traumas. Morria de medo de fogos de artíficio, justamente por lembrar dos tempos duros vividos na Primeira Guerra Mundial. O período junino, para ele, era um martírio. Ficava em pânico com o barulho das bombas. Essas e outras curiosidades farão parte do documentário cinematográfico sobre a vida do capuchinho. O trabalho trará detalhes que resgatam o seu passado, fatos corriqueiros no convento e a convivência com outros religiosos.
“O filme será uma mensagem para fazer o bem. Não queremos só apresentar um mito, mas mostrar seu lado humano, fraterno, que levou ele a fazer tudo que fez em benefício da humanidade. Ele abdicou de sua vida para ajudar o próximo. É justamente dessa solidariedade e desse amor que o mundo está precisando e o filme quer passar essa reflexão”, define a cineasta pernambucana Debby Brennand.
Um dos trechos mais marcantes relata a vinda do religioso para o Brasil na década de 1930, quando a elite da Igreja Católica desejava permanecer em Roma. Damião ocupava um cargo na Basílica de São João de Latrão, hoje catedral da Diocese de Roma e a Sé Episcopal Oficial do Bispo na Itália. Mesmo num dos postos mais elevados, Damião resolveu sair em missões pelo Brasil. Viajou três meses num navio até chegar a Pernambuco, onde se dedicou a pregar aos mais pobres. No estado, celebrou sua primeira missa em Gravatá. “A atitude dele foi verdadeira e consciente da sua opção de frade franciscano. Agiu pensando na vocação e carisma da ordem a serviço do reino de Deus”, ressalta o frade Franklin Alves Diniz, provincial dos Capuchinhos no Nordeste.
O documentário mostrará a convivência do religioso com a enfermeira Anita Meira, que o acompanhou por quase 30 anos. Uma vez, Anita estava com o capuchinho numa missão no Sertão, quando Luiz Gonzaga foi visitá-lo. “O Rei do Baião foi mostrar uma composição em sua homenagem e pedir autorização para gravá-la. Damião escutou e autorizou o registro”, relata frei Jociel, que disse ter ouvido a história contada pela própria Anita, falecida em 2015.
O filme de 70 minutos contou com recursos da Agência Nacional de Cinema (Ancine). Já são mais de dez meses de trabalho, que geraram várias versões de roteiros. “A história é boa. Frei Damião é um ícone da nossa cultura. Tínhamos que apresentá-lo para uma geração inteira que não o conhecia”, diz o produtor-executivo Gerardo Lopes, da Fábrica Estúdios, responsável pela película, que terá gravações inclusive no Sertão de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, além da Itália.
O documentário resgata ainda a participação do jovem Damião como soldado, aos 18 anos, na Primeira Guerra. Damião ficou acampado na província de Zara, um dos lugares mais violentos da Itália. A temperatura quase congelou suas pernas. Por causa disso, contraiu erisipela, doença infecciosa aguda causada pela bactéria do estreptococos, caracterizada por uma inflamação, provocando feridas vermelhas na pele. A enfermidade deixou sequelas até a sua morte.
“O filme será uma mensagem para fazer o bem. Não queremos só apresentar um mito, mas mostrar seu lado humano, fraterno, que levou ele a fazer tudo que fez em benefício da humanidade. Ele abdicou de sua vida para ajudar o próximo. É justamente dessa solidariedade e desse amor que o mundo está precisando e o filme quer passar essa reflexão”, define a cineasta pernambucana Debby Brennand.
Um dos trechos mais marcantes relata a vinda do religioso para o Brasil na década de 1930, quando a elite da Igreja Católica desejava permanecer em Roma. Damião ocupava um cargo na Basílica de São João de Latrão, hoje catedral da Diocese de Roma e a Sé Episcopal Oficial do Bispo na Itália. Mesmo num dos postos mais elevados, Damião resolveu sair em missões pelo Brasil. Viajou três meses num navio até chegar a Pernambuco, onde se dedicou a pregar aos mais pobres. No estado, celebrou sua primeira missa em Gravatá. “A atitude dele foi verdadeira e consciente da sua opção de frade franciscano. Agiu pensando na vocação e carisma da ordem a serviço do reino de Deus”, ressalta o frade Franklin Alves Diniz, provincial dos Capuchinhos no Nordeste.
O documentário mostrará a convivência do religioso com a enfermeira Anita Meira, que o acompanhou por quase 30 anos. Uma vez, Anita estava com o capuchinho numa missão no Sertão, quando Luiz Gonzaga foi visitá-lo. “O Rei do Baião foi mostrar uma composição em sua homenagem e pedir autorização para gravá-la. Damião escutou e autorizou o registro”, relata frei Jociel, que disse ter ouvido a história contada pela própria Anita, falecida em 2015.
O filme de 70 minutos contou com recursos da Agência Nacional de Cinema (Ancine). Já são mais de dez meses de trabalho, que geraram várias versões de roteiros. “A história é boa. Frei Damião é um ícone da nossa cultura. Tínhamos que apresentá-lo para uma geração inteira que não o conhecia”, diz o produtor-executivo Gerardo Lopes, da Fábrica Estúdios, responsável pela película, que terá gravações inclusive no Sertão de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, além da Itália.
O documentário resgata ainda a participação do jovem Damião como soldado, aos 18 anos, na Primeira Guerra. Damião ficou acampado na província de Zara, um dos lugares mais violentos da Itália. A temperatura quase congelou suas pernas. Por causa disso, contraiu erisipela, doença infecciosa aguda causada pela bactéria do estreptococos, caracterizada por uma inflamação, provocando feridas vermelhas na pele. A enfermidade deixou sequelas até a sua morte.
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