A casa de todos os presbiterianos Com números superlativos, igreja inaugurou seu novo local de culto na Rua das Creoulas, nas Graças

JAILSON DA PAZ
jailson.paz@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 13/01/2018 03:00

Dois letreiros na Rua das Creoulas avisam o mesmo. Naquele pedaço de chão, no bairro das Graças, está a Primeira Igreja Presbiteriana do Recife (PIRP). Palavras em metal indicam o prédio que abrigou celebrações religiosas por mais de duas décadas. Aplicados sobre vidros, nome e marca da igreja, a metros do letreiro metálico, demarcam o principal acesso dos fiéis ao novo local de culto, aberto há menos de um mês. Com aproximadamente 800 lugares, o templo é o oitavo endereço de uma igreja cujas raízes vêm do desembarque do missionário dos Estados Unidos John Rockwell Smith no estado, em 1873.

O templo é a primeira de quatro etapas da nova casa presbiteriana. Para ser erguido, da primeira ideia à inauguração, passaram-se mais de meia década. A construção em si durou 22 meses. E o resultado são dimensões superlativas. Por fora, do nível da calçada ao topo do edifício, são 20 metros. Internamente, o lugar de culto mede 16 metros, com paredes limpas, cores sóbrias e uma luz que escapa dos vidros acima da galeria. Os vidros, dispostos em cerca de 30 metros, estão integrados à escultura de Marianne Peretti, artista plástica que trabalhou com Oscar Niemeyer no projeto de Brasília.

Para a produção da escultura em chapa de aço, revelou Pedro Selva, Marianne Peretti partiu do tema “Jesus, a luz do mundo”, proposto pela igreja. Pedro é o arquiteto colaborador do projeto arquitetônico da sede da PIPR, encabeçado por Fernando Guerra. E o projeto reúne muitas mãos, as da equipe de obras, composta por fiéis de diversas áreas profissionais, e as dos doadores, por exemplo. Parceria sem término imediato. A construção do templo é uma das quatro etapas da sede. Quando pronta, ela terá 7,2 mil metros de área construída, enquanto a soma da área interna do templo e de convivência, sob o lugar de culto, representa menos de um quinto do total.

A primeira etapa seria unicamente voltada para o templo, mas, por imprevistos ocasionados pelo movimento das máquinas, se avançou com a cravação das estacas do Edifício de Educação Religiosa. Nesse edifício, a próxima etapa executada, o projeto prevê a construção de 60 salas, para gabinetes pastorais, setores administrativos, departamento infantil e Escola Dominical. Essa estrutura ficará por trás do casarão tombado do terreno da PIPR. A fase seguinte ao Edifício de Educação Religiosa será a construção do edifício garagem, com 143 vagas, incluindo as destinadas a pessoas com deficiência e idosas.

Ao falar das obras, o pastor efetivo da PIPR, reverendo Cláudio Albuquerque costuma colocar o futuro nas mãos divinas. “Deus proverá, assim como tem provido até aqui”, disse. Na última fase deste futuro de construções está o casarão tombado pela Prefeitura do Recife. Erguido na segunda metade do século 19, o imóvel em estilo eclético ainda possui azulejos, portas e janelas originais, mas parte das paredes internas foi demolida antes mesmo do casarão ser adquirido, nos anos 1990, pela Igreja Presbiteriana. As cores e os desenhos do piso, dividido conforme a antiga geometria dos cômodos, revelam as mudanças porque passou o imóvel. E de mudanças, ao menos quanto a de endereços, a PIRP tem uma história rica.