Bilhetes para Expedito

Publicação: 14/04/2018 03:00

Dionete Ferreira é zelosa. Quando a missa de Santo Expedito da última quinta-feira findou, ela fez questão de levar a cesta de bilhetes, com pedidos de graças dos devotos, para a sacristia. Colocou a cesta junto às imagens do santo. Na sacristia da Igreja do Rosário dos Pretos, em Santo Antônio, Expedito está triplamente representado. Na imagem semanalmente exposta na entrada do templo e em dois quadros, o maior de cerca de cinco metros quadrados.

“Por sua história de fé, Santo Expedito merece todo cuidado”, afirmou Dionete enquanto mexia no vaso de flores próximo a um dos quadros. Os detalhes da história do ex-soldado romano, Dionete pouco sabe. Eles são conhecidos por sua colega de orações, Cecília Gomes, presidente do Apostolado de Santo Expedito. “Ele foi um homem que, antes de descobrir o poder de Jesus, acreditava somente na farda que vestia e na arma que usava nas batalhas”,  afirmou.

Cecília Gomes faz uma análise do testemunho de Santo Expedito a partir da imagem sacra que o representa. O corvo sob os pés, explica, simboliza que o santo venceu  a tentação do espírito do mal. Conta-se que o ave pedira ao então militar para adiar a conversão, o que ele teria rejeitado, esmagando o animal e gritando: “hodie!”. Esta palavra, em latim, consta na cruz que Expedito carrega em estátuas e quadros. Hodie significa “hoje”. “E que a conversão era para já, de imediato”, completou Cecília, uma das fundadoras do apostolado.

Mártir do século II, Santo Expedito foi decapitado. A decapitação ocorreu em 19 de abril de 303, quando Diocleciano governava o Império Romano. Antes da conversão, o militar levava uma vida devassa. Embora não se tenha encontrado documentos sobre o lugar em que nasceu, historiadores acreditam ter sido em Metilene, na Armênia, o  local onde Expedito sofreu o martírio.