Luiz Gonzaga participou do centenário do templo

Publicação: 14/07/2018 03:00

Dos festejos a São João Batista do Araripe, o centenário de inauguração do templo se tornou marco. As celebrações de 1968 tiveram a participação do filho ilustre de Exu, Luiz Gonzaga. O Rei do Baião participou do novenário, realizado entre 13 e 21 de julho, e contratou pedreiros e pintores, que revestiram as paredes do prédio da antiga Usina São João com a história do músico. “É lamentável que não se tenha preservado esse tesouro da cultura”, queixa-se Thereza Oldam de Alencar no livro sobre a igreja.

A relação de Luiz Gonzaga com o templo era de admiração. Em uma de suas entrevistas, em 1984, ele declarou que as canções que gravava anualmente para as festas juninas eram feitas “lembrando de São João Batista do Araripe, o santo que me inspirou a ser músico”. Ainda na entrevista, em frente ao altar do padroeiro, Gonzaga, com a sanfona branca, toca o “Ai São João, São João do Carneirinho”. A imagem do padroeiro, tal qual no dia da inauguração da capela, em 1868, continua no mesmo lugar.

Apenas por três vezes, relata a autora, a imagem de São João Batista foi retirada do altar. A primeira foi para se recuperar o templo, danificado com as chuvas do inverno de 1924. Por precaução, a peça foi para a residência do tenente-coronel João Carlos de Alencar, na Fazenda Panorama. “Ali, o novenário acontecia sem ser festivo para o público, até o retorno da imagem de sua igreja no Araripe”, revela. O retorno ocorreu em 1933. A segunda saída aconteceu anos depois, quando roubos de peças sacras eram frequentes.

A terceira e última vez que a imagem de São João deixou a capela data de 2002. Era  o pagamento de uma promessa de Luiz Gonzaga. No dia 2 de agosto, uma procissão saiu da igreja, passou pela Igreja Bom Jesus dos Aflitos, a matriz de Exu, e seguiu até o Parque Aza Branca, onde se lançou a pedra fundamental da Igreja de Santana. “Teria o Araripe condições de negar o pagamento de uma promessa de Luiz Gonzaga? Não!”, pergunta e responde a escritora. A presença do Rei do Baião continuava firme na época entre o povo exuense, mesmo quando se completava 13 anos da morte do cantor. Tão forte quanto a devoção do povo ao santo.