Mensagem forte contra a corrupção

Publicação: 28/07/2018 03:00

Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Brasília, o cardeal Sérgio da Rocha reflete sobre os efeitos previsíveis para o Brasil da orientação dada à Igreja em seus cinco primeiros anos de pontificado. Não apenas nas diretrizes gerais, mas também referências diretas aos problemas do país.

“Especialmente sobre a corrupção, o Santo Padre enviou uma mensagem para os jovens que estavam reunidos em Aparecida há pouco tempo, exortando a que não se deixassem levar”, lembra o cardeal. “Sem dúvida, a corrupção no Brasil é conhecida por toda parte, e chego a ficar constrangido: no mundo inteiro, onde quer que eu esteja, a primeira pergunta que me fazem diz respeito à corrupção”. Outros desafios que a Igreja brasileira enfrenta e que preocupam o papa são a violência, a pobreza e as desigualdades sociais.

Dom Sérgio afirma que Francisco é um defensor dos mais pobres no Brasil e no mundo, é um dos críticos do mercado neoliberal, “e de tal modo que alguns o criticam por essa posição”. Para o cardeal, o papel da Igreja no Brasil, unida ao papa, é também denunciar essas situações. “Observe que os grandes grupos que criticam a CNBB são os mesmos que criticam o Santo Padre”, comenta.

Dom Sérgio elogia a coerência de Francisco, ao colocar em prática as reformas que prega. A Igreja tem de seguir seu exemplo, ao ver a casa em que ele mora, os automóveis que usa. Os passos de Francisco podem ser lentos para um observador distante, “mas, para os padrões da Santa Sé, a velocidade dessas transformações em tão pouco temo é algo sem precedentes”, avalia Camarotti na apresentação do livro. Ele chegou à conclusão de que, cinco anos depois do conclave, já se pode afirmar que Francisco iniciou uma revolução na Igreja. (Agência Estado)

Serviço

Para onde vai a Igreja?
Gerson Camarotti
176 páginas, R$ 21,90
Editora Petra