Reforma do antigo Utilização do retrofit em antigas edificações garante conforto e economia. A técnica moderniza o edifício e aumenta a vida útil

Wagner Souza
wagnerantonio.pe@dabr.com.br

Publicação: 11/02/2016 09:00

Normalmente, a fachada é mantida e a parte interna totalmente modificada (Marca Engenharia/Divulgação)
Normalmente, a fachada é mantida e a parte interna totalmente modificada
Quando as construções já não atendem mais as necessidades e os usos para os quais são destinadas, encontra-se na reforma uma solução imediata para aprimorar a edificação e adequá-la às exigências do usuário. No entanto, nem sempre uma simples benfeitoria pode resolver a situação. Foi para solucionar esses casos que surgiu o retrofit, solução que preserva o patrimônio histórico ao mesmo tempo que permite a utilização adequada do imóvel. A técnica é tendência na cidade do Recife e Olinda, duas cidades históricas.

A prática consiste na revitalização e atualização das construções, mas significa também elevar a economia de energia e água nas edificações. Nas obras mais antigas, por exemplo, os sistemas elétrico e hidráulico não foram instalados a partir da perspectiva de eficiência de consumo das construções mais modernas, logo a utilização do retrofit significa uma opção econômica.

O sentido do retrofit é customizar, “colocar o antigo em boa forma”, adaptar e melhorar os equipamentos, o conforto e as possibilidades de uso de um antigo edifício. “Não se trata simplesmente de uma reconstrução, mas revitalizar, aumentando a vida útil do empreendimento. A partir do uso de tecnologias avançadas em sistemas prediais e materiais modernos, é possível compatibilizar o prédio com as restrições urbanas e ocupacionais atuais. Na construção, a arte de retrofitar está aliada ao conceito de preservação da memória e da história”, comenta o CEO da construtora Conic, Lucian Fragoso.

De acordo com o coordenador do curso de design de interiores da Faculdade dos Guararapes, Pablo Nogueira, o retrofit é mais um carimbo de reforma. “Trata-se de uma conciliação entre reforma e restauração, em que algumas características originais são mantidas ao mesmo tempo em que o prédio vai se modernizando. Normalmente a fachada é mantida e a parte interna totalmente modificada”, explica. O coordenador também diz que, em tempos de crise financeira, a técnica surge como opção de economia. “Derrubar para construir de novo exige um alto custo, mas requalificar um edifício pode sair mais em conta”.

A técnica também possui fins sustentáveis. A construtora Marca Engenharia seguiu essa linha na elaboração do projeto da concessionária Toyolex da Rui Barbosa, que respeitou a exuberância de um casarão tombado, da década de 1950, no bairro das Graças. No local, a construtora destaca o sistema de reaproveitamento da água para evitar perdas na lavagem dos automóveis. “Incluímos um sistema de reaproveitamento de chuvas e da água – que passou a ser utilizada em lavagens externas, irrigação e também na lavagem dos automóveis, o que reduz drasticamente o gasto diário”, explica o diretor da Marca Engenharia, João Eduardo Marinho. A construtora também tocou a reforma do novo edifício-sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) e a recuperação do antigo Hotel Recife, que abrigará uma escola de enfermagem.