Alto padrão passa longe de crises Empreendimentos de luxo sofrem menos com as turbulências da economia brasileira, mas a falta de terrenos no Recife desafia as construtoras

Wagner Souza
ESPECIAL PARA O DIARIO

Publicação: 29/09/2016 03:00

Moura Dubeux oferece o Beach Class Eco Life na Praia de Cupe, em Porto (Moura Dubeux/Divulgação )
Moura Dubeux oferece o Beach Class Eco Life na Praia de Cupe, em Porto
Que a crise econômica atingiu o mercado imobiliário todos já estão cansados de saber. O segmento de luxo, por outro lado, segue um caminho diferente. Orçados em mais de R$ 1 milhão, os apartamentos de alto padrão pertencem ao nicho do mercado que, em meio aos últimos ajustes na economia brasileira, desconhece os efeitos negativos da crise econômica. Eles ostentam unidades com mais de 140m2 localizadas em excelentes regiões da cidade e oferecem conforto de verdadeiras mansões.

De acordo com a gerente de vendas da Imobiliária Eduardo Feitosa, Margareth Asfora, este segmento sentiu a crise, mas não de maneira expressiva. “Assim como todo o mercado, o de imóveis de luxo também sentiu com a crise. As pessoas ficaram assustadas e deram uma recuada no início. No entanto, trata-se de um público diferenciado, que mantém reservas guardadas e não foram afetados diretamente pela crise”, destaca. Margareth ainda diz que encontrar terrenos é um dos pricipais desafios das construtoras. “Bairros mais requisitados, como Boa Viagem, Jaqueira e Casa Forte, não oferecem muitos terrenos. Consequentemente, o número de lançamentos acabou caindo”.

Para o diretor da Vale do Ave, Zeferino Costa, este tipo de cliente é bastante seletivo na hora de comprar um imóvel. “Trata-se de um público que estuda bem a melhor forma de aplicar o seu capital, além de saber que o imóvel é uma forma muito segura”, aponta o diretor. A localização é uma das principais características que atrai este consumidor. “Os bairros exclusivos próximos de praia, parques e lagoas são sempre os mais procurados, assim como ruas tranquilas”, acrescenta.

Segundo o diretor da Moura Dubeux, Homero Moutinho, muitos clientes buscam um lugar com ambientes amplos, projetos criativos na distribuição do espaço e aproveitamento de ambientes. “Os interessados sempre perguntam sobre algo ‘exclusivo’, como sauna ou sala de massagem no condomínio. O acabamento também é considerado importante. Isso agrada a todos e evita reformas após a compra”, comenta.

Já que o Recife não oferece muitas opções para os condomínios de alto padrão, construtoras encontraram em outras regiões do estado alternativas para este nicho. O Litoral Sul é o mais requisitado com empreendimentos luxuosos, a exemplo da Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho. Em Muro Alto, a Queiroz Galvão entregou recentemente o Oka Beach Residence, que conta com apartamentos e bangalôs. “Nosso público é formado por aqueles que desejam ter uma segunda casa e os que preferem morar longe da caótica Recife, priorizando a qualidade de vida”, comenta Carol Boxwell, superintendente da empresa.