O bem do mar De médico a aventureiro, conheça a história de quem curte altas aventuras dentro da água a bordo de um jet ski

Marília Parente
Especial para o Diario
mariliaparente.pe@gmail.com

Publicação: 21/06/2015 03:00

Um homem de terno, gravata e poucas rugas abre a porta e nos pede para entrar. Não temos muito tempo. Lá, ele é o ginecologista Waldemy Carvalho e as pacientes não param de chegar à nova clínica, ainda em processo de construção. “Vocês, que são jovens, sabem mexer nesse negócio?”, ele nos indaga enquanto tenta nos mostrar suas fotos a bordo de um jet ski, salvas no WhatSapp. Há três anos, o médico possui uma marina na praia de Maria Farinha. Lá, ele é livre.

O mar canaliza equilíbrio. Regulador das amplitudes, torna aquilo que está próximo mais estável. O que se afasta, logo sofre com o intemperismo das mudanças bruscas. Waldemy garante que, no balanço das ondas, continua se sentindo o mesmo garoto de 18 anos que ingressava na prática do esqui aquático. “Uma lancha ia me puxando, enquanto eu me equilibrava sobre a prancha. Não me lembro se já existiam jet skis. Quando surgiram os primeiros, de dois tempos, comecei a andar”, comenta. Nunca mais parou. “No mar, a gente se sente jovem, liberto, participativo, além de estar fazendo exercício. O jet é uma moto aquática. A sensação de liberdade é extrema”, conclui.

Apesar da rotina pesada de atendimentos e cirurgias, Waldemy não pensa em aposentadoria. “Faço atendimento de segunda a sexta e no final de semana me mando para a marina. Nenhum dos dois, para mim, é trabalho. Em Maria Farinha, eu encontro amigos e faço passeios”, afirma. Aos 64 anos, o médico legou sua paixão pelo mar aos três filhos, já adultos.