Receitas à base de cannabis
Uma chef de cozinha argentina produz, no Chile, diversos pratos e sobremesas feitos a partir da exploração da planta
Miguel SANCHEZ
Da Agência France-Presse
Publicação: 05/06/2017 03:00
A cannabis como ingrediente de pratos e sobremesas para aproveitar suas propriedades medicinais é a proposta de uma chef de cozinha argentina no Chile, onde se promove o uso da maconha para fins terapêuticos. Natalia Revelant, especializada em cozinha vegetariana, combina há anos a cannabis com produtos orgânicos como frutas, farinha de mandioca, amêndoas, grãos e sementes para produzir chocolates, pão de ló, bolos, sucos e leite, apresentados em uma oficina em Santiago. “Descobri um universo com a cannabis”, disse Revelant, enquanto dezenas de pessoas aprendem suas receitas na Fundação Daya, uma ONG no Chile que lidera o uso medicinal da maconha.
“A gastronomia cannábica é uma alternativa para os doentes crônicos que já utilizam o óleo e a resina de maconha ou remédios para combater seus males”, sustenta Alejandra Ahumada, química farmacêutica da Fundação Daya. “Tudo pode ser utilizado da planta de folhas inconfundíveis. A raiz, o talo e as folhas são usados em saladas, para cozinhar carnes ou fazer sucos. A flor - mais conhecida como miolo - e as sementes são perfeitas para as sobremesas, chocolates ou pães de ló”, diz a chef, de 38 anos.
Como o sabor da maconha não é muito agradável, é importante saber combiná-lo com produtos que tenham semelhanças com seus terpenos, os compostos aromáticos que as plantas contêm. “Uma planta de cannabis com um perfil alto de linalol (terpeno) pode ser combinado com lavanda e fazer bons biscoitos de manteiga”, explica. A maconha também contém propriedades nutricionais como ácidos graxos essenciais para o nosso organismo e óleos essenciais como ômega 3 e ômega 6, usados para combater alguns sintomas de inflamação em pacientes.
A dose exata
As propriedades medicinais da maconha se encontram em seus cannabinoides, compostos que também são responsáveis pelos efeitos alucinógenos como o THC, por isso é importante dosar exatamente a quantidade de cannabis que será usada na preparação da comida. “É importante considerar que cada paciente vai reagir de maneira diferente ao uso dos cannabinoides e deve-se ter sempre o cuidado com a dose”, sustema Ahumada.
Uma dose entre 0,1 e 0,5 grama de cannabis em cada porção de comida é o recomendável para evitar os efeitos alucinógenos. Ultrapassar a dose poderia causar desmaio ou sonolência, segundo Revelant. “A planta da cannabis não mata ninguém, por isso é importante que conheçam os efeitos e pratiquem para saber qual é a sua própria dose”, indicou a chef.
Os participantes da oficina preferem não ser identificados, com medo de serem detidos e que a polícia confisque seus cultivos de maconha, apesar de já começarem a vender remédios à base de cannabis para tratar dores crônicas. No Chile, permite-se o consumo particular de maconha, mas sua venda é penalizada. A lei vigente, não obstante, deixa uma livre interpretação à possibilidade de ter autocultivos, levando alguns juízes a validar esta prática em certos casos.
Em março do ano passado foi iniciada neste país a maior plantação legal de maconha da América Latina, destinada à elaboração de um medicamento experimental que inicialmente seria usado em 4.000 pessoas com câncer, epilepsia refratária e dores crônicas, entre outras doenças, como parte de um projeto mais ambicioso.
“A gastronomia cannábica é uma alternativa para os doentes crônicos que já utilizam o óleo e a resina de maconha ou remédios para combater seus males”, sustenta Alejandra Ahumada, química farmacêutica da Fundação Daya. “Tudo pode ser utilizado da planta de folhas inconfundíveis. A raiz, o talo e as folhas são usados em saladas, para cozinhar carnes ou fazer sucos. A flor - mais conhecida como miolo - e as sementes são perfeitas para as sobremesas, chocolates ou pães de ló”, diz a chef, de 38 anos.
Como o sabor da maconha não é muito agradável, é importante saber combiná-lo com produtos que tenham semelhanças com seus terpenos, os compostos aromáticos que as plantas contêm. “Uma planta de cannabis com um perfil alto de linalol (terpeno) pode ser combinado com lavanda e fazer bons biscoitos de manteiga”, explica. A maconha também contém propriedades nutricionais como ácidos graxos essenciais para o nosso organismo e óleos essenciais como ômega 3 e ômega 6, usados para combater alguns sintomas de inflamação em pacientes.
A dose exata
As propriedades medicinais da maconha se encontram em seus cannabinoides, compostos que também são responsáveis pelos efeitos alucinógenos como o THC, por isso é importante dosar exatamente a quantidade de cannabis que será usada na preparação da comida. “É importante considerar que cada paciente vai reagir de maneira diferente ao uso dos cannabinoides e deve-se ter sempre o cuidado com a dose”, sustema Ahumada.
Uma dose entre 0,1 e 0,5 grama de cannabis em cada porção de comida é o recomendável para evitar os efeitos alucinógenos. Ultrapassar a dose poderia causar desmaio ou sonolência, segundo Revelant. “A planta da cannabis não mata ninguém, por isso é importante que conheçam os efeitos e pratiquem para saber qual é a sua própria dose”, indicou a chef.
Os participantes da oficina preferem não ser identificados, com medo de serem detidos e que a polícia confisque seus cultivos de maconha, apesar de já começarem a vender remédios à base de cannabis para tratar dores crônicas. No Chile, permite-se o consumo particular de maconha, mas sua venda é penalizada. A lei vigente, não obstante, deixa uma livre interpretação à possibilidade de ter autocultivos, levando alguns juízes a validar esta prática em certos casos.
Em março do ano passado foi iniciada neste país a maior plantação legal de maconha da América Latina, destinada à elaboração de um medicamento experimental que inicialmente seria usado em 4.000 pessoas com câncer, epilepsia refratária e dores crônicas, entre outras doenças, como parte de um projeto mais ambicioso.