CRISE POLÍTICA » Polícia do Equador prende mais de 300 em revolta popular

Publicação: 05/10/2019 03:00

O Equador confirmou nesta sexta-feira que 350 pessoas foram presas durante as manifestações iniciadas na noite de quarta contra o aumento no preço dos combustíveis após acordo feito com o FMI. De acordo com a ministra de Governo, María Paula Romo, o maior número de detenções foi na cidade de Guayaquil: 159 detidos.

Em Quito, segundo a ministra, outras 118 pessoas foram detidas. Paula Romo afirmou que, apesar de alguns dos presos serem manifestantes, a grande maioria dos detidos esteve envolvida em incidentes violentos “graves”. “Os participantes destas atividades violentas e de vandalismo queimaram uma Unidade de Polícia Comunitária (UPC)”, disse a ministra sobre o incidente em Guayaquil. Outras 24 pessoas foram presas em províncias no norte do Equador. Segundo ela, cerca de 3 mil pessoas participaram de atos de vandalismo e saques durante a tarde de quinta-feira, dia em que o presidente Lenín Moreno decretou estado de exceção em todo o país.

Na quinta-feira, 35 pessoas ficaram feridas, entre elas 21 policiais. O ministro da Defesa, Oswaldo Jarrín, defendeu o decreto de estado de exceção e atribuiu o número “mínimo” de ocorrências registradas ao controle da polícia. Paula Romo informou que várias províncias estavam retornando à normalidade. Mesmo assim, motoristas de transporte público e caminhoneiros continuaram em greve. Sem táxis e ônibus, as escolas suspenderam as aulas.

Em Quito, somente o serviço municipal de transporte funcionou, o que é insuficiente para atender a demanda da população, e as Forças Armadas colocaram à disposição veículos para auxiliar na locomoção. Várias pessoas foram vistas caminhando para o trabalho ou pedindo carona a motoristas . A presença de militares nas ruas deve durar 60 dias, podendo ser prorrogada por mais 30. Em declaração à imprensa, Moreno insistiu que não voltará atrás na eliminação do subsídio aos combustíveis.