Publicação: 02/10/2018 03:00
Há cinco anos, o Brasil se espantou com as multidões que tomaram as ruas de Norte a Sul do país. Começaram como manifestações difusas, sem que ficasse claro o objetivo que as mobilizava. A diversidade marcava as reivindicações — de temas particulares a pautas nacionais e até internacionais. A ausência de líderes definidos provou ser aquele um movimento inédito, sem precedentes na história verde-amarela.
As mídias sociais mostraram a força. Eram capazes de convocar adultos e crianças para saírem de casa e protestar. A princípio, ficou visível o que não queriam. Posteriormente, os desejos se afunilaram no Fora, Dilma. Este ano, nova demonstração de poder. A greve dos caminhoneiros, alimentada por informações que circulavam na palma da mão, paralisou a nação e obrigou o país a amargar prejuízo que se refletiu no PIB.
Neste fim de semana, duas manifestações coloriram as vias das principais cidades brasileiras. De um lado, os que se opõem à candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República. Capitaneados pelas mulheres que se sentem discriminadas pelo postulante do PSL ao Palácio do Planalto, milhares de cidadãs registraram o desagrado com ênfase, mas civilizadamente — sem agressões e sem quebra-quebras.
De outro lado, marchas e carreatas deram apoio ao capitão. Percorreram ruas, buzinaram, tremularam bandeiras, exibiram cartazes. Tal como a dos opositores, a exteriorização dos bolsonaristas transcorreu na mais absoluta ordem e total respeito à lei. Trata-se de fato alvissareiro. Sobram razões para o aplauso.
A ida pacífica às ruas — numa eleição polarizada como a do próximo domingo — serve de prova do amadurecimento da população. Conviver com o diferente é natural, faz parte da democracia. Teses opostas têm espaço para se exprimir, argumentar e, se for o caso, uma ou outra se impor. A arma não pode ser outra senão o diálogo. A força bruta é instrumento da tradição autoritária, que só conhece a unanimidade fruto de opressão, jamais de acordo costurado em mesa de negociações.
Ao ver o espetáculo do fim de semana, cria-se a expectativa de que os indecisos e os determinados a se abster mudem de ideia. Eles podem votar para eleger quem os representa, tenha ou não demonstrado bom resultado nas pesquisas. Ou para impedir que o candidato da oposição ganhe. Ou para robustecer a vitória do vencedor. É importante manifestar-se. A omissão representa autocassação. O eleitor tem o direito de marginalizar-se. Mas abdicar de decidir tem preço — como incapaz, ser governado por alguém que o outro escolheu. Sem reclamar.
As mídias sociais mostraram a força. Eram capazes de convocar adultos e crianças para saírem de casa e protestar. A princípio, ficou visível o que não queriam. Posteriormente, os desejos se afunilaram no Fora, Dilma. Este ano, nova demonstração de poder. A greve dos caminhoneiros, alimentada por informações que circulavam na palma da mão, paralisou a nação e obrigou o país a amargar prejuízo que se refletiu no PIB.
Neste fim de semana, duas manifestações coloriram as vias das principais cidades brasileiras. De um lado, os que se opõem à candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República. Capitaneados pelas mulheres que se sentem discriminadas pelo postulante do PSL ao Palácio do Planalto, milhares de cidadãs registraram o desagrado com ênfase, mas civilizadamente — sem agressões e sem quebra-quebras.
De outro lado, marchas e carreatas deram apoio ao capitão. Percorreram ruas, buzinaram, tremularam bandeiras, exibiram cartazes. Tal como a dos opositores, a exteriorização dos bolsonaristas transcorreu na mais absoluta ordem e total respeito à lei. Trata-se de fato alvissareiro. Sobram razões para o aplauso.
A ida pacífica às ruas — numa eleição polarizada como a do próximo domingo — serve de prova do amadurecimento da população. Conviver com o diferente é natural, faz parte da democracia. Teses opostas têm espaço para se exprimir, argumentar e, se for o caso, uma ou outra se impor. A arma não pode ser outra senão o diálogo. A força bruta é instrumento da tradição autoritária, que só conhece a unanimidade fruto de opressão, jamais de acordo costurado em mesa de negociações.
Ao ver o espetáculo do fim de semana, cria-se a expectativa de que os indecisos e os determinados a se abster mudem de ideia. Eles podem votar para eleger quem os representa, tenha ou não demonstrado bom resultado nas pesquisas. Ou para impedir que o candidato da oposição ganhe. Ou para robustecer a vitória do vencedor. É importante manifestar-se. A omissão representa autocassação. O eleitor tem o direito de marginalizar-se. Mas abdicar de decidir tem preço — como incapaz, ser governado por alguém que o outro escolheu. Sem reclamar.