Fofos S.A. Animação Cada um na sua casa, uma das estreias de amanhã nos cinemas, segue a tendência de mensagens positivas dos filmes infantis atuais

Júlio Cavani
juliocavani.pe@dabr.com.br

Publicação: 08/04/2015 03:00

 (FOX/DIVULGAÇÃO)

Contatos imediatos do terceiro grau e ET: O extraterrestre estão entre os clássicos do cinema que defendem uma relação de paz entre seres humanos e alienígenas. Ambos foram dirigidos por Steven Spielberg, fundador dos estúdios Dreamworks, que retomam a mensagem pacifista interplanetária na animação Cada um na sua casa.

O filme não só faz apologia da paz entre povos de planetas diferentes como também tem um oportuno equilíbrio racial, com protagonistas afro-latinos que se diferenciam da predominância branca do cinema norte-americano. Na versão original em inglês (não disponível no Recife), a cantora Rihanna faz a voz de Tip, uma menina que se torna amiga de um extraterrestre. Jennifer Lopez dubla a mãe da garota. Os personagens não cantam, mas músicas das duas divas do pop são tocadas em diversas cenas.

O alienígena, chamado Ó, chega ao planeta Terra junto com todos os habitantes de seu extinto planeta, que precisam encontrar um novo lugar para viver. Tecnologicamente superiores, eles passam a habitar as cidades e enviam todos os terráqueos para uma espécie de condomínio suburbano isolado de tudo. O pequeno extraterrestre não consegue fazer amigos e é desprezado por causa de suas trapalhadas. Tip é a única que lhe dá atenção e juntos eles vivem uma jornada que pode salvar as civilizações (um gatinho também os acompanha). O filme torna-se interessante aos poucos, principalmente perto do final, quando a trama atinge desdobramentos imprevisíveis.

Apesar de ser rejeitado pelos conterrâneos, Ó é um ET ingênuo e adorável, com uma fofura que parece estar em alta no cinema infantil atual. O alien roxo muda de cor de acordo com o estado emocional e tem um ar neurótico que lembra o protagonista de FormiguinhaZ, de Tim Johnson, o mesmo diretor de Cada um na sua casa.

Alerta aos pais: Na versão dublada em português, a expressão “chupa que é de uva” é dita em duas cenas do filme. Os dubladores talvez não tenham consciência sobre a polêmica existente no Nordeste em torno da frase com conotações sexuais, que faz parte do refrão de um forró.

Futurismo nos cinemas

 

Cada um na sua casa é mais um exemplo que segue uma nova onda de fofurice no cinema infantil, manifestada também em outros lançamentos dos últimos meses. São filmes que transmitem mensagens de paz e perdão, onde a agressividade e a vingança são evitadas, ao contrário do que acontecia na época de desenhos animados violentos como Pica-Pau, Tom & Jerry e Popeye.

 

OPERAÇÃO BIG HERO
O robô inflável da animação vencedora do Oscar
em 2015 recusa-se a
machucar os inimigos.

 

CINDERELA
Além de defender a gentileza e o perdão, a nova versão do conto de fadas não tem nenhuma cena de violência física.

 

TINKER BELL E O MONSTRO DA TERRA DO NUNCA
No lugar de assustar, a criatura monstruosa do título parece um bicho de pelúcia e recebe ajuda das fadas.

 

O CONTO DA PRINCESA KAGUYA
A violência praticamente não se manifesta nas animações dos estúdios Ghibli (Ponyo), do Japão, cujo novo filme será lançado no Brasil em junho.