Pierre Leite e Cannibal, da Devotos, misturam reggae, dub, funk, rap e música eletrônica

O Projeto Seis e Meia segue celebrando seus 30 anos com uma programação especial, que reforça sua importância para a cena musical. No próximo dia 9, o Teatro do Parque recebe o show My Life - Retratos e Canções, do pernambucano Michael Sullivan. Para abrir a noite, foi escalado o Café Preto, fruto da parceria entre Cannibal (da Devotos) e Pierre Leite, misturando reggae, dub, funk, rap e música eletrônica, com letras autorais e estética refinada.

Para o show no Seis e Meia, o duo está preparando um roteiro enérgico e vibrante. "É um repertório que traz uma grande influência do reggae jamaicano e suas derivações, como dub e dancehall. A gente tem uma pegada mais moderna e passa por essas vertentes. O espetáculo é bem para cima", revela Cannibal em conversa com o Viver.

Quem quiser se familiarizar com o som do duo antes da apresentação, pode começar por duas faixas essenciais. "Para quem ainda não conhece o Café Preto, indico a faixa Dandara, do primeiro disco, que é reggae total, e Água Fogo Terra Mar, do álbum seguinte, que é uma coisa mais pista, mais dança, mais discoteca. Essas músicas sintetizam bem o que é esse projeto", comenta o músico.

Com relação ao Seis e Meia, Cannibal não esconde a emoção de fazer parte desta edição histórica. "Frequento os shows desde os anos 1990. Vi muita gente bacana, como Chico César e Cama de Gato. É algo essencial para a cena recifense e pernambucana, pois promove esse intercâmbio cultural, trazendo nomes de fora e valorizando os artistas locais. Estar nos 30 anos do Seis e Meia é uma gratificação muito grande."

Cannibal ainda compartilha uma história pessoal ligada ao projeto. "Eu sempre conversava muito com Maguila (um dos produtores da edição local), que é meu amigo das antigas, e dizia: %u2018Vamos colocar o Café Preto no Seis e Meia!%u2019. E agora, participando desta celebração, não poderia ser melhor. Ainda mais dividindo a noite com Michael Sullivan, um dos maiores compositores do mundo. O que ele toca faz sucesso. E ele é pernambucano, o que nos enche ainda mais de orgulho", festeja. "Chegamos na hora certa".